Cresce o plantio de cana de açúcar no cerrado brasileiro

 Redação Nordeste Rural

Na última década, o setor sucroalcooleiro, no Brasil, tem um crescimento de 379% da área plantada na região Centro-Oeste. Com isso, houve necessidade de um maior esforço do setor tecnológico para desenvolver tecnologias apropriadas ao manejo da cana-de-açúcar no Cerrado. Esse trabalho vem sendo aprimorado pelos técnicos e pesquisadores da Embrapa  Cerrados, em Brasília, com aplicação prática em usinas localizadas nos estados de Goiás, Minas Gerais e Tocantins.
A melhoria da produtividade e redução do custo de produção são as principais demandas das usinas da região Centro-Oeste. A produtividade de colmos na região do Cerrado é inferior à registrada no estado de São Paulo que responde por 53% da área plantada com cana-de-açúcar no País. No período de 2009 a 2013, a produtividade média de colmos no Centro-Oeste foi de 77 toneladas por hectare e de 82 toneladas por hectare em São Paulo.
As pesquisas em irrigação da cana-de-açúcar, com experimentos em andamento na Embrapa Cerrados e na usina Jalles Machado, mostram o grande potencial desta prática na elevação da produtividade da cultura no Cerrado. Com a irrigação a cana-planta atinge produtividade de colmos de até 255 t/ha e a primeira soca até 220 t/ha para as melhores variedades, índices muito superiores à média da região centro-sul do país. Em termos de produtividade de açúcar, o sistema irrigado tem atingido 38 t/ha, enquanto a região centro-sul produz em média 12 t/ha.
Além de aumentar a produtividade, o sistema de produção irrigado de cana-de-açúcar, como ressalta o pesquisador Vinicius Bufon, permite atingir eficiência de uso da água maior do que do sistema de sequeiro, ou seja, produzir mais cana com menos água. Enquanto um sistema de sequeiro produz em torno de 7 kg de cana para cada metro cúbico de água que consome, o sistema irrigado produz até 20 kg com a mesma quantidade de água.