A importância da ureia na alimentação do gado na seca |
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Bovinos engordados a pasto apresentam
bom desenvolvimento na estação das chuvas e fraco no período seco. Manejo
adequado, uso de espécies forrageiras resistentes, adubação, irrigação são
táticas para aumentar a produção de pastagens, entretanto, índices semelhantes
aos obtidos nas águas são difíceis de obter. O produtor que deseja manter
ganhos de peso similares deve investir em uma alimentação equilibrada e pensar
na estratégia nutricional na safra anterior.
Neste caso a ureia tem papel significativo na alimentação do rebanho e
sua mantença na seca. Descoberta no século 18, por um francês, é a primeira
substância orgânica sintetizada pelo homem, neste caso, um químico alemão, no
século seguinte ao seu descobrimento. A partir disso houve uma revolução na
agricultura, tornando-se o primeiro adubo produzido quimicamente e a principal
fonte de nitrogênio da atividade agrícola.
A substância estimula o aproveitamento das forrageiras de baixa
qualidade e acrescenta proteína na dieta dos animais resolvendo dois problemas
típicos da estação. Além disso, seu custo é baixo e sua utilização simples. Com
tal relação custo-benefício, ainda é flexível, com variações de uso.
O composto orgânico pode ser adicionado ao sal mineral, ao volumoso ou
ao concentrado. Porém antes disso, o produtor deve misturá-lo ao sulfato de
amônio, na proporção 9 (nove) partes de ureia para 1 (uma) de sulfato. Feito,
está apto a outras combinações.
Com sal mineral, a divisão é meio a meio. Metade ureia, metade sal, com
troca a cada três dias para evitar empedramento. "Uma recomendação é
incluir fubá na mistura, prolongando a vida útil do material, melhorando sua
consistência e impedindo o empedramento", aconselha Haroldo Pires de
Queiroz, zootecnista da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa. A
composição da fórmula prescrita é 1 (uma) parte de fubá para 2 (duas) de sal
mineral e 2 (duas) de ureia.
Com o volumoso, como a cana-de-açúcar e a silagem, a ciência recomenda
adicionar 1% do volumoso, segue Haroldo Queiroz. Matemática simples: 100 kg de
cana com 1 kg de ureia diluída em quatros litros de água. O mesmo cálculo para
silagem. "Já com o feno, por não conter água, a porcentagem sobe para 3%",
completa. O preparo é realizado na hora de consumir.
No concentrado, é um complemento proteico para enriquecer e reduzir o
custo da proteína, considerando que o preço do farelo de soja é mais elevado
que o da ureia. "São 100 kg de mistura múltipla - energia, proteína e
minerais – com 1,5 kg de ureia. O produtor tem a possibilidade de fazer a
mistura e guardá-la para toda a seca".
Por ser tóxico, o produto somente é fornecido a ruminantes, porque a
flora do rúmen transforma o nitrogênio não proteico em proteína. Todavia, há
uma dose segura processada diariamente e isso merece uma observação. Para
tanto, indica-se inserir o composto, gradativamente, usando metade da dose na
primeira semana.
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da redação do Nordeste Rural |
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