Recuperação de áreas degradadas na Caatinga |
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Trata-se
de uma técnica que utiliza as relações já existentes na natureza, a
partir da busca de associações mais eficientes entre bactérias fixadoras
de nitrogênio, fungos micorrízicos e plantas da família das
leguminosas. O projeto de recuperação de áreas degradadas na Caatinga
começou em 2009, no Estado do Rio Grande do Norte, em parceria com a
Universidade Federal Rural do Semi-Árido e a Fundação Guimarães Duque,
utilizando como base a tecnologia de recuperação de solos já
desenvolvida pela Embrapa e aplicada em outras regiões do País.
A
tecnologia, desenvolvida pela Embrapa Agrobiologia, pretende fazer com
que o ambiente degradado pela ação humana seja novamente incorporado ao
bioma, recuperando funções do ecossistema original, como cobertura do
solo, alimento e abrigo para animais.
A
fim de recuperar a Caatinga original e manter o equilíbrio do
ecossistema, são plantadas espécies nativas, como a jurema preta, a
jurema branca, o sabiá e o jucá. Para contribuir com esse processo, é
feita a inoculação de mudas com bactérias fixadoras de nitrogênio e
fungos micorrízicos. Os fungos aumentam a capacidade da planta de
retirar água e nutrientes do solo, deixando-a mais resistente, enquanto
as bactérias possibilitam que ela use o nitrogênio existente no ar.
Como
resultado do projeto, a Embrapa Agrobiologia lançou o “Manual para
recuperação de áreas degradadas por extração de piçarra na Caatinga”. A
publicação aborda todas as etapas do projeto, como, por exemplo, a
produção de mudas de espécies florestais com potencial de uso na
revegetação dessas áreas, os aspectos práticos para a recuperação de
jazidas de extração de piçarra, incluindo o ordenamento e a preparação
da área, a aplicação de solo superficial e o plantio de mudas.
Segundo
o pesquisador Alexander Silva de Resende, inicialmente estão sendo
recomendadas 11 espécies florestais nativas da Caatinga, das quais 7 são
leguminosas fixadoras de nitrogênio e que apresentaram resultados muito
satisfatórios para as condições avaliadas. Alexander afirma ainda que a
tecnologia será testada em outras condições de degradação na Caatinga e
apresenta grande potencial para ser replicada em outras situações do
bioma.
A
Caatinga ocupa cerca de dez por cento do território nacional e é uma
das áreas mais sujeitas à desertificação no Brasil, segundo o Ministério
do Meio Ambiente. É formada por solos rasos e pedregosos, com
ocorrência de pouca chuva, concentrada apenas em uma época do ano, e
seca que pode durar de quatro a oito meses. Esse bioma tem perdido suas
características devido ao uso irracional das atividades socioeconômicas,
que vão desde a exploração de madeira para combustível e a extração de
piçarra para aterramento nas jazidas de petróleo e na construção civil
até a substituição da vegetação nativa por práticas agrícolas não
apropriadas.
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da redação do Nordeste Rural |
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