Agricultores da Bahia colhem safra recorde de milho
Agricultores do nordeste da Bahia colhem uma safra recorde de milho. Com bom menjo é possível produzir bastante numa região semi-árida, mais conhecida pela seca do que pela fartura.
São mais de 40 mil hectares de lavoura em pleno semiárido. Na região de Paripiranga e Adustina, no sertão da Bahia, os coqueiros dividem espaço com um milharal a perder de vista. As chuvas foram regulares entre abril e agosto, época de plantio e desenvolvimento das lavouras. Acima de 700 milímetros, bem distribuídos. Uma condição excepcional, diferente da maior parte do semi-árido, castigado pela seca. Em Aracajú, o meteorologista Overland Amaral explica essa condição particular de clima. “Essa região está mais próxima do litoral e recebe mais facilmente a umidade que vem do oceano”.
Paripiranga deve colher até janeiro 260 mil toneladas de milho. A safra é recorde no município. Um alívio para os agricultores que no ano passado sofreram com a seca e colheram apenas 30 mil toneladas. Em 2012, choveu menos da metade do normal para essa região. Eraldo Carvalho, agricultor que vai colher 19 mil sacas de milho em 150 hectares, quer esquecer a safra passada, mas não perde o bom humor. “Ano passado não teve, 2012 foi perda total, milho pequeno e espiga feia”.
O cultivo do milho ganhou força na região de quatro anos pra cá, quando os agricultores passaram a investir em tecnologia: melhoraram a adubação do solo e usaram sementes selecionadas. A produtividade média passa de sete toneladas por hectare. O agrônomo da empresa baiana de desenvolvimento agrário, Jobson Peixoto, observa outra mudança. “Muito produtor que vinha plantando feijão agora ta passando a plantar o milho por vários fatores. Na colheita do feijão necessita muito da mão de obra, que está muito cara e escassa”.
Nem todos os produtores de milho conseguem comprar máquinas, mas se viram pra fazer a colheita. “Aqui a maioria é agricultura familiar só que eles não tem a máquina. Os maiores vão colher a roça dos pequenos, cobram 1,50 por saco”, diz José Hildo Santana, presidente do sindicato rural da região. É mais um custo para os agricultores, que reclamam do preço da saca, vendida em média por R$ 24.
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