Raça Santa Inês
A raça Santa Inês foi desenvolvida no nordeste brasileiro, resultante do cruzamento intercorrente das raças Bergamacia, Morada Nova, Somalis e outros ovinos sem raça definida (SRD).As características atuais são produtos da seleção natural e dos trabalhos de técnicos e criadores fixando-as através de seleção genealógica.
A tese de sua origem é confirmada pelas suas características:
o porte do Santa Inês, o tipo de orelhas, o formato da cabeça e os vestígios de lã evidenciam a participação do Bergamácia, bem como a condição de deslanado e as pelagens, correspondem ao Morada Nova. A participação do Somalis é evidenciada pela apresentação de alguma gordura em torno da implantação da cauda, quando o animal está muito gordo.
Os animais da raça Santa Inês, são deslanados, com pêlos curtos e sedosos, de grande porte com média de peso para macho de 80 a 120 kg e para as fêmeas de 60 a 90 kg, com excelente qualidade de carne e baixo teor de gordura, pele de altíssima qualidade, rústicos e precoces, adaptável a qualquer sistema de criação e pastagem, e as mais diversas regiões do país. Fêmeas prolíferas e com boa habilidade materna. Cabeça de tamanho médio, com perfil semi-convexo, mocha, focinho alongado, boa separação entre os olhos, mucosas nasais pigmentadas (com exceção da variedade branca); orelhas carnudas, de tamanho médio, em forma de lança, cobertas de pêlos, com inserção firme e um pouco inclinadas na direção do comprimento da cabeça; olhos redondos e brilhantes, narinas proeminentes e dilatadas. Fronte curta, larga e reta, com boa distância entre os olhos; pescoço de tamanho regular, alongado nas fêmeas, e curto e forte nos machos, bem inserido no corpo. Com ou sem brincos.
Peito largo, arredondado e um pouco proeminente, tronco forte, quartos dianteiros e traseiros grandes, com boa cobertura de carne, de ossatura vigorosa; dorso reto, podendo apresentar pequena depressão atrás da cernelha; costilhar com arqueamento profundo e longo; garupa levemente inclinada, tendo apoio e quartos fortes e bem colocada; cauda de comprimento médio, Com base larga afinando proporcionalmente, tendo como limite de comprimento o jarrete, coberta de pêlos finos e sedosos; membros com ossos vigorosos; cascos de acordo com a cor das mucosas nasais e oculares. Nas pelagens pretas, vermelhas (Figura 19), ou chitadas o casco deve ser escuro podendo apresentar rajas claras, casco branco somente é permitido nos animais de pelagem branca. Os membros anteriores com paleta corretamente ajustadas, de posição oblíqua. Membros posteriores com coxas largas, compridas e de boa cobertura muscular.
A raça apresenta as seguintes pelagens: Castanha, Vermelha, Preta, Chitada de preto e branco e Chitada de vermelho e branco; aptidões da raça de carne e pele. Fêmeas prolíferas e boas criadeiras, com freqüentes partos duplos e excelente capacidade leiteira. Adapta-se bem a ambientes com bons recursos forrageiros, pois é exigente quanto à alimentação.
Defeitos que são considerados desclassificatórios:
- Mucosas nasais e cascos brancos nas pelagens de cor preta ou vermelha;
- Porte pequeno;
- Cobertura muscular deficiente nos quartos, no lombo e na garupa;
- Orelhas frouxamente inseridas, com inserção baixa, grandes e pesadas, passando da comissura labial, estreita em sua porção medial, com ponta virada e textura fina, também orelhas pequenas em forma de concha;
- Perfil ultra-convexo;
- Nuca e fronte estreita;
- Presença de chifres ou de rudimentos firmes;
- Más formações bucais (prognatismo, retrognatismo);
- Aprumos defeituosos;
- Ossos muito finos, constituição débil;
- Cernelha muito saliente e mal ajustada ao pescoço e paletas; Garupa excessivamente inclinada, curta com pouca cobertura muscular.
- Lordose, cifose, escoliose;
- Tronco muito curto;
- Excesso de acumulo de gordura e de pele na base da cauda. Cauda muito fina com pêlos grossos e ásperos, comprimento passando dos jarretes;
- Monorquidismo, criptorquidismo ou acentuada assimetria testicular;
- Acentuado desvios de aprumos.
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