sábado, 17 de agosto de 2024

 

A origem da raça bovina Lageano e a chegada ao Brasil     Rural

O Crioulo Lageano é originário, provavelmente, dos antigos bovinos Hamíticos, caracterizados por chifres longos, introduzidos no sul da Espanha, provenientes da África do Norte. Trazida ao Brasil no período da colonização por portugueses e espanhóis, a raça se adaptou aos campos nativos de Santa Catarina e do Paraná, num processo de seleção natural que já dura séculos. Essa adaptação resultou em uma enorme rusticidade, traduzida em resistência às baixas temperaturas registradas naquela região, que está entre as mais frias do País.

Mas, segundo os pesquisadores, estudos realizados pela Embrapa apontaram que, além da adaptação ao frio, o Crioulo Lageano se mostrou tolerante a temperaturas mais elevadas, de forma semelhante a outros taurinos brasileiros – como o Curraleiro Pé-Duro e o Pantaneiro – e ao Nelore.

É a raça bovina que tem os maiores chifres já registrados no Brasil: cerca de 2 metros, de ponta a ponta, na variedade aspada. São animais de grande porte, produtores de carne e também apresentam boa aptidão leiteira, o que faz com que as mães tenham uma excelente habilidade materna. Apesar de todos esses aspectos positivos, o Crioulo Lageano provavelmente já estaria extinto se não fosse pelo trabalho de uma família de criadores de gado de Santa Catarina, a família Camargo, que sempre acreditou no valor genético desses animais.

Na década de 1980, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia incluiu a raça no seu Programa de Conservação e Uso de Recursos Genéticos Animais e passou a desenvolver estudos genéticos com os exemplares da fazenda do senhor Antônio Camargo, ou seu Antoninho (foto à esquerda), como era mais conhecido, hoje já falecido.

Em 2004, um passo importante foi dado para o reconhecimento do valor genético desse rebanho com a fundação da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Crioula Lageana (ABCCL).  Essa ação foi resultado da iniciativa de 16 pecuaristas da Região Sul, sendo a maior parte de Santa Catarina, um do Rio Grande do Sul e um do Paraná. Em outubro de 2008, a Crioula Lageana foi reconhecida como raça pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), um passo importante para afastá-la do perigo de extinção.

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