domingo, 11 de fevereiro de 2024

 

Plantar macaúba agora tem orientação do Zoneamento Agrícola de Risco Climático

 

Acaba de ser publicada a portaria com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura da macaúba no território brasileiro. Trata-se de uma palmeira capaz de produzir 5 toneladas de óleo por hectare, ofertando matéria-prima para combustíveis renováveis, alimentos, cosméticos e medicamentos. Sua introdução no Zarc significa que serão disponibilizadas informações sobre as regiões mais favoráveis para o plantio dessa palmeira.

A ferramenta classifica os municípios em diferentes níveis de riscos de frustração de safra de acordo com características climáticas, sobretudo relacionadas ao solo e à disponibilidade de água, em conjunto com o ciclo de desenvolvimento da espécie e as necessidades da cultura. O Zarc ajuda a minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos adversos; com isso, subsidia tecnicamente a concessão de crédito e seguro rural.

O Zarc da macaúba foi elaborado para três espécies de interesse econômico dessa palmeira: Acrocomia aculeata (de ocorrência predominante no Brasil Central), Acrocomia totai (noroeste do Paraná, oeste de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Pantanal) e Acrocomia intumescens (algumas áreas do Nordeste). Os sistemas de produção foram tipificados em sequeiro e irrigado. Ainda foi elaborado o Zarc para a fase de implantação, considerando-se também as situações de sequeiro e de irrigação.

Simone Favaro, pesquisadora da Embrapa Agroenergia, que coordena o Zarc Macaúba, conta que foram utilizados os riscos hídricos e térmicos e observações de área de ocorrência natural da macaúba no território brasileiro, considerando as particularidades das diferentes espécies de interesse. “A macaúba é uma cultura que está em fase de domesticação e a organização da sua cadeia e o ganho de escala estão tendo forte tração”, relata a cientista. “O Zoneamento de Risco Climático para a macaúba traz maior segurança para os novos investimentos que estão sendo feitos, ao mesmo tempo que demanda a continuação de pesquisas para o desenvolvimento de cultivares adequadas para todo o território nacional, de forma a avançar num zoneamento com base em dados experimentais e não apenas em observações de dispersão das espécies”, completa Favaro.

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