Produtores de mel já podem se credenciar a crédito do Plano Safra 23/24
Uma nova faixa no Pronaf Custeio para produtos da sociobiodiversidade, orgânicos e agroecológicos ou em transição agroecológica, com juros de 3% ao ano, foi disponibilizada pelo Governo Federal para o Plano Safra 2023/2024. Ocorre ainda redução nas taxas de juros de 5% para 4% no Pronaf Agroecologia, Floresta e Bioeconomia com relação ao plano anterior.
Entre os produtos da sociobiodiversidade que se enquadram na taxa de 3% ao ano estão meliponicultura, pinhão, amora-preta, araticum, araçá, açaí extrativo, babaçu, batata-crem, cacau extrativo, caju, castanha-do-pará/castanha-do-brasil, copaíba, cupuaçu, erva-mate, guabiroba, guaraná, jabuticaba, ora-pro-nóbis, pitanga, entre outros. Além disso, encaixam-se os sistemas de produção de base agroecológica ou em transição para sistemas de base agroecológica e sistemas orgânicos de produção.
A primeira liberação de crédito do Plano Safra 2023/2024 para custeio de meliponicultura, atividade de criação de abelhas sem ferrão, aconteceu para um cooperado da Cresol. Por meio da linha Pronaf Custeio Sociobiodiversidade, com recursos oriundos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o cooperado Jackson Baumann realizou o primeiro financiamento do Brasil para a atividade neste novo ano agrícola.
A família de Baumann tem produção de enxames, própolis e mel. “Não estamos comercializando enxames, somente aumentando o nosso plantel. Nesse próximo ano agrícola, desejamos fazer aproximadamente 80 novos enxames, que irão compor nossos meliponários. Como trabalhamos também com mel de abelhas Apis melífera e temos uma agroindústria com Sistema de Inspeção Federal (SIF), desejamos trabalhar com os produtos das abelhas. Em princípio, temos um produto registrado de abelhas sem ferrão, que é o própolis de mandaçaia, mas desejamos trabalhar com novos produtos das abelhas sem ferrão”, explica o cooperado, atendido pela Cresol Encostas da Serra Geral.
Baumann cria em sua propriedade cinco espécies de abelhas sem ferrão, que somam aproximadamente 115 enxames. O foco principal é com a espécie mandaçaia, da qual é extraído o própolis. “Minha família trabalha com produção de mel das abelhas com ferrão desde o ano de 1995. Já as abelhas sem ferrão criamos desde o ano de 2000, porém, era apenas como hobby. Nestes últimos cinco anos, aumentamos nosso plantel de enxames, registramos e passamos a comercializar produtos das abelhas sem ferrão formalmente”.
A criação de abelhas, mais que ser uma atividade econômica com geração de renda, possibilita a continuidade da vida e da sobrevivência de todos os seres. Mais de 80% das plantas necessitam de polinização e as abelhas, ameaçadas de extinção, são espécies que também fazem esse trabalho. Dessa forma, é importante o trabalho de multiplicação e preservação dos enxames.
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