Mapa suspende cautelarmente comercialização de alimentos de origem vegetal irregulares no Rio de Janeiro
Uma força-tarefa
composta por auditores fiscais federais agropecuários e agentes de
Inspeção e de Atividades Agropecuárias do Ministério da Agricultura e
Pecuária (Mapa) realizou, entre os dias 10 e 13 de abril, uma operação
de combate a fraudes e de fiscalização da qualidade de produtos de
origem vegetal comercializados e distribuídos na cidade do Rio de
Janeiro e em municípios da Região Metropolitana.
Focado em
estabelecimentos atacadistas, supermercados e empresas embaladoras, o
trabalho resultou na apreensão cautelar de mais de 200 toneladas de
produtos - dentre eles, 156.963 quilos de feijão e outros 58.775 quilos
de arroz -, alimentos com qualidade abaixo do padrão que foram retirados
de venda e interditados pelos servidores federais agropecuários, por
suspeitas de irregularidades.
A fiscalização de produtos
vegetais realizada pelo Mapa também apreendeu e suspendeu a
comercialização de 915 litros de azeite de oliva e de outros 1.919
litros de óleo misto, este último vendido ilegalmente como azeite.
De
acordo com o coordenador de Fiscalização da Qualidade Vegetal do Mapa,
Tiago Dokonal, as ocorrências mais comuns verificadas ao longo da
operação foram as vendas de alimentos com características de qualidade
inferiores às anunciadas nos rótulos e a comercialização de produtos com
sinais de contaminação.
“Lotes de feijão apreendidos
apresentavam quase 30% de grãos mofados e ardidos e foram retirados de
venda. Já no caso do arroz, os lotes recolhidos continham grande
quantidade de grãos amarelados (impróprios para consumo) ou quebrados,
condição que reduz suas características culinárias”, explicou o
coordenador.
Em um supermercado na Zona Norte do Rio, os
integrantes da força-tarefa verificaram a presença de pacotes de arroz
com qualidade inferior à apresentada na embalagem em meio ao conjunto de
produtos vendidos aos consumidores na forma de cestas básicas de
alimentos.
De imediato a equipe de auditores fiscais determinou a
suspensão da comercialização e o recolhimento de todo o estoque do
produto irregular existente no estabelecimento, bem como orientou os
representantes do supermercado a realizarem a substituição do arroz
presente nas cestas básicas por marcas do alimento em conformidade com
os parâmetros de classificação de grãos e produtos vegetais,
estabelecidos pelo Mapa (Lei no 9.972/2000).
“Todas as marcas de
produtos apreendidos durante a operação eram comercializadas como sendo
do “Tipo 1”, que representa a mais alta qualidade, o que indica
claramente a intenção de enganar os consumidores. Essa prática também
prejudica a concorrência, pois a utilização de grãos de baixa qualidade
reduz os custos de produção, permitindo ao fraudador oferecer produtos a
preços reduzidos, levando vantagem competitiva injusta em relação ao
estabelecimento que respeita a qualidade do produto anunciada na
embalagem”, explicou Dokonal.
Ainda de acordo com o coordenador,
as empresas responsáveis poderão receber multas de até R$ 150 mil, por
lote de produto irregular, e serão notificadas pelo Mapa para efetuarem a
correta destinação das mercadorias, sendo uma das alternativas o
reprocessamento dos grãos, caso ainda aptos para consumo.
Nos
pontos de venda fiscalizados pela força-tarefa foram coletadas amostras
dos produtos sob suspeita para a realização de análises de conformidade
nos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA)..
Outros
alimentos de origem vegetal (azeites de oliva; feijões; maracujás,
tomates e farinhas de trigo) também tiveram amostras recolhidas pelos
especialistas do Mapa para a realização de exames laboratoriais. No caso
dos azeites de oliva, a medida foi realizada para monitorar e combater a
comercialização de produtos fraudados, adulterados, ou contrabandeados e
impróprios para consumo.
Já os demais produtos foram coletados
para análises que visam identificar a presença de vestígios de
defensivos agrícolas e de outros contaminantes, em conformidade com o
Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em Produtos de
Origem Vegetal (PNCRC), lançado contribuir para a segurança dos
alimentos que chegam às mesas dos consumidores.
A ação,
realizada pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do
Mapa, inspecionou um total de 12 estabelecimentos e auditou dois
moinhos de farinha de trigo, em cumprimento às metas de fiscalização na
capital fluminense e Região Metropolitana do Rio de Janeiro, previstas
para o primeiro semestre de 2023.
Os trabalhos da força-tarefa
contaram com o apoio do Serviço de Inspeção, Fiscalização de Insumos e
Sanidade Vegetal da Superintendência de Agricultura e Pecuária no Estado
do RJ e foram realizados por auditores fiscais federais agropecuários, e
por agentes de atividades agropecuárias e agentes de inspeção dos
estados do Rio de Janeiro; São Paulo; Rio Grande do Sul; Paraná; Mato
Grosso, e do Distrito Federal.
Informações à Imprensa
imprensa@agro.gov.br
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