quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

 

Exportações de carnes de boi, frango e suína atingem marca histórica

Já são quase 7 milhões de toneladas embarcadas para o exterior no acumulado de 2022


O Brasil fechará o ano de 2022 com um novo patamar para as exportações de proteína animal. De janeiro até o início de dezembro, o país já embarcou para o exterior 6,98 milhões de toneladas na soma das carnes de boi, frango e suína.

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Dessa forma, com pouco mais de uma quinzena ainda a ser contabilizada, o Brasil fechará o ano com uma marca histórica: ultrapassando os 7 milhões de toneladas de carnes exportadas. Esse fato foi o destaque da edição desta semana do boletim ‘AgroExport’.

Apresentador do quadro, o diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira, chamou a atenção para o crescimento do mercado internacional para a proteína animal brasileira. Isso porque, em 2021, o complexo carne — bovina, suína e de frango — foi responsável pela exportação de 5,8 milhões de toneladas. Ou seja: em volume, 2022 já superou o ano passado.

“Aumento do consumo, principalmente na China, nosso grande comprador” — Giovani Ferreira

“É a demanda internacional aquecida, a guerra na Ucrânia, a busca por proteína”, afirmou Ferreira. “Aumento do consumo, principalmente na China, nosso grande comprador, sobretudo de bovinos e suínos”, complementou o responsável pelo ‘AgroExport’ ao conversar com a apresentadora Pryscilla Paiva durante o telejornal ‘Mercado & Companhia’ desta terça-feira (13).

Carne bovina: aumento nas exportações e nos custos

carne bovina - outubro histórico - boletim agroexport


Giovani Ferreira observou, no entanto, que os custos para o produtor aumentaram de um ano para o outro — principalmente na carne bovina. Nesse sentido, ele informou que o valor pago por tonelada subiu 17% de 2021 para 2022, indo de US$ 5,1 mil para US$ 6 mil. “Só que o custo de produção chegou perto dos 50% de aumento”, destacou o diretor de conteúdo do Canal Rural.

Dessa forma, ele avisou que o crescimento da receita cambial na exportação de carne bovina pelo Brasil não representa, necessariamente, aumento de ganhos por parte dos pecuaristas. Isso porque, em valores, o salto do segmento foi de 41%: de US$ 7,96 bilhões (2021) para US$ 11,29 bilhões (2022, na parcial até o início de dezembro).

carne bovina - exportações


Receita com exportações de frango já é 20% maior

carne de frango


Na parte de embarques de carne de frango, a receita cambial já é 20% maior em 2022, ante o consolidado de 2021. Isso apesar do — por enquanto — menor nível em volume. No ano passado, o Brasil exportou 4,42 milhões de toneladas do produto, para uma receita cambial de US$ 6,95 bilhões. Até o momento, 2022 tem como números 4,17 milhões de toneladas e US$ 8,39 bilhões em receita.

“A gente chega fácil a 4,3 milhões de toneladas, superando o recorde em volume do ano passado”, comentou Ferreira ao reforçar que faltam duas semanas para contabilizar os embarques de carne de frango para o exterior.

exportações - carne de frango


Suínos têm potencial para igualar marca de 1 milhão de toneladas

carne suína, suíno, suinocultura - suínos

Foto: Prefeitura de Capão Bonito

Ao menos igualar o volume exportado no ano passado deve ocorrer, também, com a parte de carne suína. Isso porque o apresentador do ‘AgroExport’ avisou que o mercado internacional voltou a se aquecer além das expectativas ao decorrer deste segundo semestre. Assim, a marca de 1 milhão de toneladas de 2021 deve ser repetida agora, em 2022 — sendo que na atual parcial o nível está em 0,94 milhão.

exportações - carne suína


Dificuldade para a cadeia produtiva

Por fim, Giovani Ferreira destacou que, assim como na carne bovina, os custos de produção para os segmentos de carne de frango e carne suína aumentaram cerca de 50% de 2021 para 2022. E isso no período em que o valor pago pela tonelada das aves foi de US$ 1,63 mil para US$ 2 mil (avanço de 23%); e a de suínos foi de US$ 2,24 mil para US$ 2,38 mil (6%).

“Estamos conquistando mercado, mas a que preço?” — Giovani Ferreira

“Uma dificuldade enorme na ponta, no produtor, no frigorífico, na cadeia produtiva de carne. Estamos conquistando mercado, mas a que preço?”, questionou Ferreira. “Nesse momento, um preço muito alto para a pecuária brasileira de forma geral”, enfatizou.



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