Conab eleva previsão para 313 milhões de toneladas de grãos na safra 22/23
Produção recorde deve ter mais soja, milho e algodão e menos arroz e feijão
A safra brasileira de grãos 2022/2023 deve totalizar 313,03 milhões de toneladas. A estimativa – 2ª para este ciclo, que está em fase de plantio - foi divulgada nesta quarta-feira (9/11) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O número é maior que a primeira estimativa, anunciada em outubro (312,3 milhões) e, se confirmado, será um crescimento de 15% em relação à colheita 2021/2022.
A área plantada com grãos no país deve ser de 76,82 milhões de hectares, alta de 3,2%. Segundo os técnicos, o crescimento será puxado pela soja, cuja semeadura deve chegar a 43,2 milhões de hectares.
“Esse acréscimo é explicado, entre outros fatores, pelo avanço em importantes estados produtores da agricultura em áreas de pastagens degradadas, ou ainda, da opção pela oleaginosa em detrimento a outras culturas devido à melhor rentabilidade”, diz o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, em comunicado.
A colheita de soja é projetada em 153,5 milhões de toneladas, o que, se confirmada, seria um novo recorde para a produção nacional da oleaginosa.No relatório, a Conab ressalta que o plantio da safra nova de soja começou de forma lenta no país, mas passou a avançar, embora ainda esteja abaixo do mesmo nível do ano passado.
Em Mato Grosso, a semeadura já se aproxima do final, mesmo com chuvas irregulares. Em Goiás, Minas Gerais, Goiás e no Matopiba (confluência entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), o ritmo do trabalho de campo vem aumentando, já que está atrasado em relação ao ano passado. Já na região Sul, o desenvolvimento inicial das lavouras foi prejudicado pelo excesso de chuva.
A produção de milho deve aumentar 12% em comparação com a safra passada, somando os três ciclos monitorados pela Conab para a cultura. A colheita é estimada em 126,397 milhões de toneladas. A primeira safra deve totalizar 28,153 milhões (+12,5%); a segunda, 96,271 milhões (+12,4%); e a terceira, 1,972 milhão de toneladas (-10%).
“Esse aumento na produção total é resultado do aumento de área de milho segunda safra em conjunto com uma recuperação da produtividade projetada em campo das três safras. Cabe destacar que a Conab projeta um aumento de 3,4% na área plantada e de 8,3% da produtividade do setor”, informa o relatório.
A Companhia Nacional de Abastecimento projeta também crescimento da produção de algodão. De acordo com o relatório divulgado nesta quarta-feira (9/11). A safra de algodão em caroço deve chegar a 4,253 milhões de toneladas (+14,5%) e a de algodão em pluma é estimada em 2,979 milhões (+16,9%). A área deve aumentar 2,6%, para 1,642 milhão de hectares.
“Apesar do cenário nacional e mundial apresentarem sinais de retração, os produtores de algodão ainda estão dispostos a ampliarem suas áreas, conforme dados levantados pela Conab. A boa rentabilidade da cultura e a ampliação das vendas no mercado internacional, devido à conquista e fidelização de novos clientes, ainda incentiva o setor”, avalia a Conab
A produção de arroz, no entanto, deve diminuir. Entre lavouras de sequeiro e irrigadas, a colheita é estimada em 10,639 milhões de toneladas (-1,4%). A Conab espera um aumento de produtividade das lavouras do cereal, mas a queda de área de 6,2%, para 1,517 milhão de hectares, deve ter impacto no resultado.
“Esse resultado é reflexo principalmente da estimativa de significativa redução de área em meio à reduzida rentabilidade projetada para o setor, com a menor atratividade financeira do setor orizícola em relação às culturas concorrentes por área, como a soja e o milho”, dizem os técnicos, no relatório.
Outra cultura que deve ter redução na safra 2022/2023 é a de feijão, considerando os três ciclos anuais para a cultura. A colheita total deve ser de 2,899 milhões de toneladas (-3%) nas variedades cores (que inclui o carioca), caupi e preto. A primeira safra deve ser de 892,9 mil toneladas (-5,1%); a segunda, de 1,293 milhão (-3,5%); e a terceira, de 713,5 mil toneladas (+0,9%).
“A Intenção de plantio da primeira safra 2022/23 apurou queda de 2,7% na área a ser plantada em relação à safra anterior. Os principais fatores responsáveis por este comportamento são: os baixos preços recebidos pelos produtores, notadamente o comum preto, custos elevados de produção, insegurança na comercialização e os riscos climáticos”, pontua a Companhia.
No relatório, os técnicos ressaltam, no entanto, que o volume de produção estimado para o primeiro ciclo do feijão, somado aos estoques de passagem da safra 2021/2022, serão suficientes para garantir o abastecimento do mercado.
Culturas de inverno
Entre as culturas de inverno, a Companhia Nacional de Abastecimento prevê aumento de 21,1% na comparação com a temporada passada. A colheita de 2022 deve totalizar 11,326 milhões de toneladas, considerando as lavouras de aveia, canola, centeio, cevada, trigo e triticale.
Na principal das culturas de inverno do Brasil, a de trigo, com produção liderada pela região Sul, a colheita é estimada em 9,5 milhões de toneladas (+23,7%), o que representa um novo recorde no país. A produção de aveia deve ficar mais um ano acima de um milhão de toneladas (1,175 milhão), crescendo 2,8%.
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