Mais uma grande safra de grãos prevista para o Brasil
Os dados, obtidos a partir de novas metodologias de cálculo da instituição, foram detalhados esta semana durante reunião do COSAG – Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp, presidido por Jacyr Costa Filho. As projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a próxima safra indicam a produção de 308 milhões de toneladas de grãos e oleaginosas.
Segundo Sérgio De Zen, diretor executivo da Conab, o levantamento indica bom desempenho na produção de soja, milho e algodão. O executivo comentou a remodelação dos dados da Conab, iniciada na gestão da ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e hoje apresentando evolução em seu formato.
“Este estudo agrega quatro pilares de sustentação: posse da terra (titulação), Código Florestal, desenvolvimento tecnológico e informação. O que se tem de novo neste trabalho é a metodologia utilizada, o que exigiu extensa pesquisa de modelos mais adequados à análise da safra brasileira”, explicou Sérgio De Zen.
Para Jacyr Costa Filho, os números apresentados pelo diretor da Conab trazem maior clareza no que se refere ao combate da inflação, que prejudica, sobretudo, a população mais carente. “Se os números apresentados tenderem para um cenário de mais estabilidade, estaremos aumentando o poder de compra da população. Isso é muito importante não apenas para o cidadão comum, mas também para os produtores, pois o nosso mercado interno continua sendo muito relevante para a maioria das commodities produzidas”, afirmou.
oja e milho serão as commodities de maior destaque na balança comercial do agronegócio brasileiro. O complexo da soja deverá exportar 91,95 milhões de toneladas, crescendo 22,22% em relação à safra anterior. A produção evoluirá de 124,04 milhões de toneladas na safra 2021/2022 para 150,36 milhões de toneladas em 2022/2023. Os maiores estados produtores serão Paraná e Rio Grande do Sul.
Para o milho, que terá sua área plantada 2,5% superior ao ciclo 2021/2022, espera-se produção de 125,5 milhões de toneladas em 2022/2023, volume 9,4% maior que na safra anterior, com igual incremento previsto para as exportações. Em 2023, o Brasil deverá exportar 44,5 milhões de toneladas do produto. Na 1ª safra, segundo a Conab, a produção será impulsionada pelo Rio Grande do Sul e região Nordeste. Na 2ª safra, será a vez do Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás.
No caso do algodão. o levantamento também indica que na safra 2022/2023, a área dedicada ao algodão deverá crescer 2%, atingindo 1.632,4 mil hectares. A produtividade da lavoura será, em média, 4,8% maior, chegando a 1.790,9 kg/ha. Com isso, prevê-se a produção de 2,92 milhões de toneladas, aumento de 6,8% em relação à safra 2021/2022. A produção de plumas de algodão será liderada pelo Mato Grosso, com 139,6 mil toneladas, e Bahia, com 46,4 mil tons. As exportações chegarão a 1,97 milhão de toneladas em 2023, número 4% superior ao registrado em 2022.
Segundo a Conab, a área do arroz apresentará queda de 1%, embora se projete uma produtividade 1,4% maior face à safra 2021/2022. A produção chegará a 11,2 milhões de toneladas em 2023, aumento de 4,2% em comparação ao ciclo atual. O Rio Grande do Sul fará crescer sua produtividade em 5,8%, enquanto Mato Grosso espera queda de 13,4% da área destinada a essa cultura.
O feijão será o produto com maior baixa na balança do agro nacional. Haverá quedas de 1,08% na área cultivada (2.823 mil hectares), 0,2% a menos na produtividade (1.065 kg/ha), e declínio de 1,32% na produção. Conjugados, estes fatores representarão um total de 3 mil toneladas.
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