quinta-feira, 15 de setembro de 2022

 

colheita de algodão

Como tornar a colheita do algodão mais eficiente


Colheita mecanizada do algodão: confira os erros mais frequentes e como corrigi-los para evitar perdas na lavoura

A colheita do algodão é uma fase crítica para assegurar boas rentabilidades na venda, pois fibras danificadas acarretam em perdas na qualidade.

Para evitar erros comuns nessa etapa da produção, há alguns pontos que merecem atenção. Estar por dentro das tecnologias aplicadas a essa cultura também é essencial.

Neste artigo, saiba quais fatores podem influenciar na colheita mecanizada do algodão e veja 5 dicas fundamentais para conseguir boas produtividades. Boa leitura!


Como evitar perdas na colheita do algodão

As perdas na colheita podem ser quantitativas ou qualitativas. As perdas quantitativas são avaliadas em campo por meio de amostragens. 

Elas dizem respeito ao algodão que não foi devidamente colhido ou que foi perdido e se encontra sobre o solo. Essas perdas estão associadas à regulagem da colhedora de algodão e a velocidade de colheita.

Já as perdas qualitativas estão relacionadas às características das fibras do algodão. Esses tipos de perdas ocorrem em função de alguns fatores, como:

  • maturação inadequada das plantas;
  • excesso de umidade no momento da colheita;
  • presença de plantas daninhas no algodão;
  • variação no comprimento e elasticidade das fibras; 
  • coloração da fibra;
  • cultivar de algodão;
  • uso de reguladores de crescimento, desfolhantes e maturadores;
  • condições climáticas;
  • falhas no armazenamento do algodão

Colheita de algodão: manual ou mecanizada?

A colheita do algodão pode ser realizada de forma manual no caso de pequenas lavouras. Em grandes lavouras a colheita é feita de forma mecanizada.

A colheita mecanizada pode ser feita através de colhedora de algodão de fusos ou picker, ou através de colhedora de algodão de pente ou stripper. Confira a seguir um pouco sobre cada um desses sistemas de colheita.

Colhedora de algodão com sistema picker

As colhedoras de algodão com sistema picker possuem fusos cônicos. Quando em rotação, eles extraem o algodão em caroço dos capulhos abertos das plantas.

Quando comparadas às colhedoras do tipo stripper, as máquinas com sistema picker apresentam elevado custo de aquisição e manutenção. Apesar disso, elas garantem um produto com menos impurezas, o que confere mais qualidade ao algodão colhido.

No mercado já existem colhedoras do tipo picker para a colheita do algodão cultivado em espaçamento convencional e adensado.

Foto de colhedoras em lavoura, realizando a colheita mecanizada do algodão
Colhedora de algodão com fusos com doze linhas para colheita de algodão  

Colhedora de algodão com sistema stripper 

As colhedoras de algodão do tipo stripper possuem um conjunto de dedos formando um pente, molinete, caracol e dutos com jatos de ar. Esses dutos transportam o produto colhido até o sistema de limpeza. 

Depois da etapa de limpeza, o algodão em caroço é depositado no cesto de armazenamento. Nesse sistema, a ação dos dentes e do molinete sob as plantas aumenta a quantidade de impurezas no produto colhido, reduzindo a qualidade da fibra.

No entanto, as colhedoras de algodão com sistema de pente ou stripper apresentam menores perdas em campo. Elas são as mais indicadas para a colheita do algodão cultivado em espaçamento adensado.

Foto de várias colhedoras de algodão, de diferentes modelos
Colhedoras do tipo stripper para colheita de algodão adensado

Tecnologias aplicadas na fazenda de algodão

Atualmente, há muitas tecnologias que podem ser aplicadas na cultura do algodão e auxiliar no melhor manejo de colheita. 

No campo, é possível encontrar em uma mesma planta de algodão, flores, botões florais, capulhos e frutos. Afinal, o hábito de crescimento das plantas é indeterminado. 

Os sensores óticos podem ser utilizados para levantar informações para aplicações de insumos na lavoura

Os mapas NDVI e NDRE podem ser utilizados na cultura do algodão para orientar aplicações de nitrogênio ou de regulador de crescimento.

Os mapas são excelentes ferramentas para nortear as idas à campo e a aplicação de produtos em taxa variável. Essas aplicações são orientadas pela quantidade de biomassa presente em diferentes pontos da lavoura.

Em talhões com menor quantidade de biomassa, você pode ir a campo realizar um diagnóstico pontual e avaliar a presença de doenças. Já em áreas com mais biomassa, a alternativa é a aplicação de regulador de crescimento do algodão para assegurar maior produtividade.

Você também pode usar um software agrícola para realizar todos esses processos de forma integrada.

No Aegro, por exemplo, você obtém mapas NDVI e verifica a incidência de pragas do algodão na lavoura. Além disso, o software te ajuda a organizar as atividades de manejo e gerenciar o uso do maquinário no campo.

controle de atividades no Aegro
Cronograma de atividades de safra no software Aegro

Com esta tecnologia, fica mais fácil organizar e controlar o processo de colheita e garantir uma safra de algodão mais rentável.

5 dicas para uma melhor colheita

Agora que você sabe quais os tipos de colheita do algodão e como utilizar a tecnologia ao seu favor, veja 5 dicas para melhorar ainda mais essa etapa tão importante.

1. Saiba quando é feita a colheita do algodão 

A colheita do algodão deve ser realizada nas horas quentes do dia. No caso de lavouras onde há formação de orvalho, o ideal é que a colheita se inicie somente após o orvalho ter secado.

É importante que as plantas não estejam úmidas durante esse processo. Isso contribui para que os capulhos sejam removidos com facilidade pela colhedora.

A colheita deve ser realizada quando os frutos estiverem com 12% de umidade e 100% dos capulhos abertos.

2. Saiba quanto tempo dura o ciclo do algodão

A depender da cultivar, o ciclo do algodão dura entre 130 e 220 dias. Por isso, conhecer o ciclo e entender em qual momento a cultura está pronta é fundamental.

Plantas que apresentam maturação uniforme, ciclo precoce e estrutura compacta são características que facilitam a colheita da cultura do algodão. Além disso, conhecer o potencial produtivo e as características físicas é de extrema importância.

3. Faça manejo de plantas daninhas

A presença de plantas daninhas no momento da colheita pode comprometer o funcionamento das partes móveis da colhedora. Isso causa o mal funcionamento da máquina e prejudica o processo de colheita.

Além disso, a presença de espécies invasoras reduz a qualidade da fibra do algodão

É importante que essas plantas sejam controladas antes do início da colheita. 

planilha de produtividade do algodão Aegro

4. Use reguladores de crescimento 

As cultivares de algodão de ciclo longo e porte alto são as mais exigentes quanto a utilização de reguladores de crescimento.

Plantas de algodão com altura entre 1 metro e 1,3 metro favorecem a colheita mecanizada. Se você for realizar a colheita de forma mecanizada, utilize reguladores de crescimento para atingir a altura  ideal. 

5. Utilize desfolhantes e maturadores

A presença de folhas no momento da colheita contribui para o aumento de impurezas. Além disso, eleva a umidade do produto colhido e influencia na cor por ação da clorofila.

A recomendação é que os desfolhantes sejam utilizados quando entre 60% e 70% dos capulhos estiverem abertos.

A aplicação dos maturadores deve ser realizada quando 100% dos frutos atingirem a maturidade fisiológica ou quando 90% dos capulhos estiverem abertos.

A necessidade da aplicação de reguladores de crescimento, desfolhantes e maturadores requer avaliação técnica e deve ser baseada em alguns critérios. Esses critérios são as condições climáticas, época de semeadura, a cultivar, o crescimento e a população de plantas.

Conclusão

A colheita mecanizada do algodão permite melhor rendimento operacional comparada com a colheita manual.

As perdas na colheita dessa cultura podem variar desde a correta identificação do ponto de maturação até as regulagens das máquinas utilizadas. Existem várias práticas de manejo que devem ser adotadas para facilitar esse processo. 

Em casos de dúvidas ou dificuldades no momento da colheita, não deixe de procurar um(a) engenheiro(a) agrônomo(a). Afinal, detalhes técnicos fazem toda a diferença e garantem ainda mais produtividade para seu algodoeiro.

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