quinta-feira, 7 de julho de 2022

 

Denunciado o abate de jumento, no Brasil, para a venda da pele para a China

 

Quem denuncia a irregularidade é a Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, que, desde 2016, reúne ONGs com atuação em todo país para combater a matança que ameaça a extinção da espécie, além de trazer riscos sanitários por falta de fiscalização. Apesar de existir uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça da Bahia, cidades como Miguel Calmon, Itapetinga, Euclides da Cunha e Simões Filho continuam registrando o abate de jumentos. “O abate desses animais é cruel e absurdo. É um crime que irá extinguir os jumentos. Eles sofrem durante o transporte, além de serem acondicionados em locais com pouca água e comida. Estimamos que 20% morram pelos maus-tratos a caminho dos matadouros”, alerta a advogada e coordenadora da Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, Gislane Junqueira Brandão.

Há seis anos, ONGs como o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal acompanham os casos de abandono de centenas de animais e o abate de jumentos em frigoríficos com a finalidade de venda da pele, especialmente para a China produzir o “medicamento” eijão. Após a denúncia, em 2018, da situação de jumentos em estado de maus-tratos em Itapetinga (BA), a Frente teve a primeira ação vitoriosa na Justiça, impedindo que o abate ocorresse.

Essa determinação perdurou por um ano e retornou em 2022 com uma nova liminar que proíbe o abate (Processo nº 1002961-62.2019.4.01.0000). Por entender que a prática segue ocorrendo ilegalmente, as ONGs estão novamente unidas e pedem que o Congresso Nacional abra uma CPI para investigar os reais motivos deste comércio, que traz riscos de biossegurança devido à falta de rastreabilidade e de uma redução significativa na população de jumentos, além de comprometer o bem-estar animal.

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