quinta-feira, 23 de junho de 2022

 

Complexo soja, o produto que mais gera riqueza para o Brasil

Em 2021, o país exportou 86,628 milhões de toneladas (Mt) de soja em grão e 16,817 Mt de farelo, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais. Este montante gerou US$ 42,5 bilhões (US$ 37,3 bilhões do grão e US$ 7,2 bilhões de farelo) levemente superior aos US$42,2 bilhões auferidos com a exportação de minério de ferro, o segundo produto mais exportado pelo Brasil. Soja, o grão de ouro que sustenta o Brasil.


Muitos brasileiros poderiam se perguntar como seria o Brasil sem os aportes financeiros proporcionados pela comercialização da soja (grão, farelo e óleo). A soja é a principal lavoura do Brasil em área, em volume produzido e em valor exportado. O mercado tem sido pródigo com os produtores de soja nos últimos anos, com preços similares aos de meados da década de 1970, período durante o qual a produção brasileira saltou de 1,5 para 15 milhões de toneladas (Mt) e o preço da tonelada chegou a alcançar os US$ 1.200,00/tonelada. Foi a década da virada do agronegócio nacional, tendo a soja como motor dessa transformação. Desde então, o Brasil assumiu a segunda posição no ranking dos países produtores de soja, posição que só deixou em 2020, para assumir a liderança global na produção da oleaginosa. 

Sementes de Soja. 

O alto preço da soja no mercado internacional nas últimas safras teve origem no contínuo aumento da demanda global, impulsionada pela melhoria nas condições de vida da população, pelas quebras de produtividade por razões climáticas nos países do Mercosul e pelos estoques mundiais baixos. No entanto, se por um lado a produtividade não foi a esperada, o maior valor do produto compensou o agricultor pela produção menor.

Interessante salientar que, apesar do sobe e desce das cotações da soja, tem produtor que não se abala, guardando o grão de safras anteriores, apesar dos vários bons momentos de preço para vender pelos quais transitou. Neste momento, até parece racional esperar um pouco mais para vender, aguardando o desfecho do conflito Rússia-Ucrânia, que a depender da intensidade e duração do imbróglio, poderá impactar positivamente no preço da soja, dada a dificuldade de entrega dos insumos e dos produtos pelo mundo afora. 

Mas cuidado, porque receber R$ 180,00/sc de soja agora pode representar mais do que R$ 200,00/sc daqui a alguns meses. É racional que o dono da mercadoria se arrisque esperando pelo melhor momento para vender, perdendo oportunidades de realizar lucro. Mas a espera tem limites, pois o melhor preço para os muito gananciosos nunca chega e quando a oportunidade se apresenta, a ganância o faz perder mais essa oportunidade.

A estimativa da safra brasileira de soja para 2021/22, segundo a Consultoria Datagro, caiu para 130,25 Mt, muito abaixo dos 144,06 Mt estimados inicialmente. O fenômeno climático La Niña, responsável por precipitações mais fracas na região Sul do Brasil, nesta safra estendeu-se por um período mais longo do que o esperado, prejudicando a colheita do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, além de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Esta estiagem reduziu a produtividade desses estados, que será parcialmente compensada por produtividades maiores nos estados da região Centro-Norte.

Apesar de as últimas colheitas ficarem abaixo do esperado, a área cultivada de soja no país cresceu consistentemente pelo 15º ano consecutivo. Nesta safra (2021/22), o plantio foi de 40,51 milhões de hectares (Mha); área 4,3% superior aos 39,17 Mha da safra anterior. Como consequência de produções menores na região Sul, a produtividade média da soja brasileira caiu de 3.209 kg/ha para 3.187 kg/ha, muito abaixo da produtividade recorde de 2020/21, que foi de 3.518 kg/ha, ou 9,4% maior. 

Com a liderança da soja, o agronegócio brasileiro alimenta, cada vez com mais segurança e sustentabilidade, mais de 1,5 bilhões de cidadãos pelo mundo (FAO). Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), o Brasil exportou em 2020 comida para mais de 180 países, gerando um volume de recursos financeiros superior a qualquer outro produto enviado para o exterior, inclusive o minério de ferro. 

Em 2021, o país exportou 86,628 milhões de toneladas (Mt) de soja em grão e 16,817 Mt de farelo, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais. Este montante gerou US$ 42,5 bilhões (US$ 37,3 bilhões do grão e US$ 7,2 bilhões de farelo) levemente superior aos US$42,2 bilhões auferidos com a exportação de minério de ferro, o segundo produto mais exportado pelo Brasil. Soja, o grão de ouro que sustenta o Brasil.

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