Em época de calor aumenta a infestação de carrapato no gado
A infestação de carrapatos em bovinos aumenta nesta na época mais quente do ano. Temperaturas acima de 27°C e alta umidade do ar contribuem para a multiplicação de carrapatos bovinos (Rhipicephalus microplus). De acordo com pesquisadores da Embrapa Pecuária, condições ambientais propícias, como na época de chuva e calor, afetam diretamente a esses parasitas, facilitando a eclosão de larvas provenientes dos ovos colocados nas pastagens.
Segundo pesquisadores, os prejuízos produzidos pelos carrapatos são significativos e difíceis de serem calculados. “Os gastos no controle do parasita são representativos, como construção de banheiros de aspersão, compra de acaricidas, pagamento dos serviços, medicamentos, redução da natalidade, entre outros. Além disso, os tratamentos podem gerar resíduos na carne e no leite e, ainda, contaminar o meio ambiente”, destaca.
Outra preocupação é com a saúde e bem-estar dos animais. Os carrapatos se alimentam de sangue. Cada fêmea pode ingerir até 0,5 ml. Ainda, transmitem hemoparasitas para os bovinos, microrganismos que produzem doenças hemolíticas graves, conhecidas como a tristeza parasitária bovina (TPB). Os principais sintomas da TPB são apatia, prostração, mucosas oculares pálidas ou amareladas, febre acima de 40°C, desidratação, urina escura. Podem apresentar também sinais neurológicos, principalmente relacionados à coordenação motora.
De uma forma geral, a infestação de carrapatos nos bovinos pode provocar perda de peso, diminuição na produção de leite, danos no couro, anemia, entre outros malefícios. Os métodos de controle devem incluir ações para reduzir o número de parasitas no gado e nas pastagens. O controle estratégico, conforme a pesquisadora, deve ser realizado com um acaricida que apresente mais de 90% de eficácia e ser iniciado na primavera, com intervalos de 21 dias, até que se consiga uma infestação baixa no rebanho (cerca de 20 carrapatos/animal). É importante que os acaricidas sejam usados nas concentrações indicadas pelos fabricantes, em dias secos, para que a chuva não lave o medicamento. A rotação de pastagens também é recomendada, dando um descanso maior de 90 dias para os piquetes. Outra dica é usar animais com suscetibilidade reduzida, o que irá diminuir a necessidade de tratamentos e a quantidade de parasitas nas pastagens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ajude o nosso Blog.