Terras do semiárido aumentam a produtividade com a prática de diversificação de forrageiras no solo
Uma pesquisa da Embrapa fez experimentos nos nove estados da Região Nordeste e na região norte de Minas Gerais, e ficou evidenciado os benefícios de se diversificar a oferta de plantas forrageiras no Semiárido brasileiro. O projeto Forrageiras para o Semiárido, ao longo de três anos de atividade, mostrou resultados de produtividade e resiliência de espécies forrageiras testadas em 12 diferentes unidades de referência tecnológica (URTs).
No projeto, foram testadas 26 espécies, entre gramíneas perenes, gramíneas anuais, cactáceas e lenhosas. Entre as gramíneas perenes, os capins Buffel Aridus, Massai e BRS Tamani apresentaram melhor desempenho médio, com produtividade variando entre 15 e 20 toneladas de matéria seca por hectare a cada ano e resistência para formação de pastos.
Entre as gramíneas anuais, usadas para compor reserva alimentar em forma de silagem, o sorgo BRS Ponta Negra produziu forragem para encher dois silos de 40 toneladas, em unidades onde a precipitação média foi de 600 mm anuais – uma silagem suficiente para ser fornecida a um rebanho de sete vacas durante 180 dias. O milheto BRS 1501, por sua vez, teve bom desempenho em condições ainda mais adversas: em regiões com precipitações anuais abaixo de 400 mm, ele chegou a produzir 18 toneladas de massa verde, reserva capaz de alimentar um rebanho de 33 cabras durante 180 dias.
Nas espécies lenhosas, usadas para compor bancos de proteína, leucena e gliricídia tiveram produtividade de 3 toneladas de matéria seca por ano. Já nas cactáceas, além de boa produtividade, os experimentos mostraram capacidade de resiliência: 99% dos materiais testados sobreviveram a condições adversas no Semiárido durante os três anos de projeto.
De acordo com a pesquisadora Ana Clara Cavalcante, chefe-geral da Embrapa Caprinos e Ovinos (CE), todos esses indicadores são muito positivos, especialmente porque foram obtidos em condições de sequeiro – em locais com precipitação acumulada média menor que 600 mm por ano e onde as plantas forrageiras contam somente com água das chuvas como recurso hídrico – semelhantes à realidade da maioria dos produtores rurais no Semiárido brasileiro.
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