quinta-feira, 28 de abril de 2022

 

O persistente sucesso do agro brasileiro

Apesar das frustrações climáticas das duas últimas temporadas na região Sul, a produção agrícola do Brasil não recuou, quase sempre superando a da safra anterior. A principal responsável por esta façanha é a soja, cuja área cultivada tem superado a da safra anterior em todos os anos, ao longo dos últimos 15 anos.


Apesar das frustrações climáticas das duas últimas temporadas na região Sul, a produção agrícola do Brasil não recuou, quase sempre superando a da safra anterior. A principal responsável por esta façanha é a soja, cuja área cultivada tem superado a da safra anterior em todos os anos, ao longo dos últimos 15 anos. Como o milho acompanha o crescimento da soja, sua área também aumentou juntamente com a da oleaginosa. As duas culturas juntas respondem por cerca de 80% da produção brasileira de grãos, elevando o Brasil à condição de líder global da produção e das exportações de soja, assim como 3º produtor e 2º exportador mundial de milho.


E não é apenas o preço da soja e do milho que está bombando. Carnes, café, açúcar, celulose, trigo, arroz, algodão, mandioca, entre outros, também estão faturando alto. O complexo soja lidera com mais de 30% os ingressos financeiros auferidos com as exportações, seguido pelas carnes, cereais, complexo sucroalcooleiro e produtos florestais. Juntos, estes cinco produtos perfazem mais de 80% do valor embarcado para o exterior, pelo Brasil.

Sendo o Brasil um grande produtor de soja e milho, grãos que constituem a principal matéria prima para a produção de carnes, o País lidera as exportações de carne bovina, assim como também é o 2º produtor e 1º exportador mundial de carne de frango e 4º exportador de carne suína. Esta dinâmica do agro brasileiro tem preocupado nossos concorrentes que enfrentam dificuldades cada vez maiores para competir com a eficiência e agressividade da nossa agropecuária, pondo-se a critica-la com o argumento de que nossa grande produção é resultado de desmatamentos amazônicos, o que não é verdade. Mas o Brasil não pode abalar-se com essas críticas desprovidas da realidade e deve continuar na sua trajetória vitoriosa iniciada nos anos 1970, tendo a soja como motor dessa caminhada de sucesso.
O campo está em festa. A produção está boa e os preços estão compensadores, como nunca estiveram. Mas atenção, porque assim como as commodities estão em alta, o mesmo acontece com os insumos de produção; fertilizantes, em especial, para os quais o Brasil depende em cerca de 80% das suas necessidades.

Seria difícil imaginar algum tempo atrás que, em plena crise da pandemia do coronavírus, poderíamos vivenciar uma situação de euforia no campo. Mas é o que está acontecendo e certamente isto desencadeará uma corrida atrás de mais terras agricultáveis, para o que se sugere optar, preferencialmente, por áreas de pastagens degradadas ou substituindo culturas menos rentáveis; soja no lugar de canaviais improdutivos, por exemplo. Nunca buscando a desnecessária via do desmatamento.
Mas cuidado, produtor, porque bonanças e carestias se alternam nas lavouras. Ganhar o dinheiro sempre foi mais difícil do que gastá-lo. Agora é o momento certo para guardar sobras para momentos de crise. Ter liquidez em momentos de incertezas é um seguro essencial para a sobrevivência no campo.

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