O persistente sucesso do agro brasileiro
Apesar das frustrações climáticas das duas últimas temporadas na região Sul, a produção agrícola do Brasil não recuou, quase sempre superando a da safra anterior. A principal responsável por esta façanha é a soja, cuja área cultivada tem superado a da safra anterior em todos os anos, ao longo dos últimos 15 anos.
Apesar das frustrações climáticas das duas últimas temporadas na região Sul, a produção agrícola do Brasil não recuou, quase sempre superando a da safra anterior. A principal responsável por esta façanha é a soja, cuja área cultivada tem superado a da safra anterior em todos os anos, ao longo dos últimos 15 anos. Como o milho acompanha o crescimento da soja, sua área também aumentou juntamente com a da oleaginosa. As duas culturas juntas respondem por cerca de 80% da produção brasileira de grãos, elevando o Brasil à condição de líder global da produção e das exportações de soja, assim como 3º produtor e 2º exportador mundial de milho.
E não é apenas o preço da soja e do milho que está bombando. Carnes,
café, açúcar, celulose, trigo, arroz, algodão, mandioca, entre outros,
também estão faturando alto. O complexo soja lidera com mais de 30% os
ingressos financeiros auferidos com as exportações, seguido pelas
carnes, cereais, complexo sucroalcooleiro e produtos florestais. Juntos,
estes cinco produtos perfazem mais de 80% do valor embarcado para o
exterior, pelo Brasil.
Sendo o Brasil um grande produtor de soja e milho, grãos que
constituem a principal matéria prima para a produção de carnes, o País
lidera as exportações de carne bovina, assim como também é o 2º produtor
e 1º exportador mundial de carne de frango e 4º exportador de carne
suína. Esta dinâmica do agro brasileiro tem preocupado nossos
concorrentes que enfrentam dificuldades cada vez maiores para competir
com a eficiência e agressividade da nossa agropecuária, pondo-se a
critica-la com o argumento de que nossa grande produção é resultado de
desmatamentos amazônicos, o que não é verdade. Mas o Brasil não pode
abalar-se com essas críticas desprovidas da realidade e deve continuar
na sua trajetória vitoriosa iniciada nos anos 1970, tendo a soja como
motor dessa caminhada de sucesso.
O campo está em festa. A produção está boa e os preços estão
compensadores, como nunca estiveram. Mas atenção, porque assim como as
commodities estão em alta, o mesmo acontece com os insumos de produção;
fertilizantes, em especial, para os quais o Brasil depende em cerca de
80% das suas necessidades.
Seria difícil imaginar algum tempo atrás que, em plena crise da
pandemia do coronavírus, poderíamos vivenciar uma situação de euforia no
campo. Mas é o que está acontecendo e certamente isto desencadeará uma
corrida atrás de mais terras agricultáveis, para o que se sugere optar,
preferencialmente, por áreas de pastagens degradadas ou substituindo
culturas menos rentáveis; soja no lugar de canaviais improdutivos, por
exemplo. Nunca buscando a desnecessária via do desmatamento.
Mas cuidado, produtor, porque bonanças e carestias se alternam nas
lavouras. Ganhar o dinheiro sempre foi mais difícil do que gastá-lo.
Agora é o momento certo para guardar sobras para momentos de crise. Ter
liquidez em momentos de incertezas é um seguro essencial para a
sobrevivência no campo.
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