A CARNAUBEIRA
Por João Nathanael Soares de Macedo, poeta assuense
Neste sertão de hércules habitantes,
Nesta nesga de terra hospitaleira,
Ergue as trêmulas palmas verdejantes
A rica e majestosa carnaubeira.
Mesmo aos ricos do sol mais causticantes
Ela, virente, mostra-se altaneira,
Secular como sempre e como dantes,
Doando a aparência esbelta de palmeira.
Seus leques dão um pó igual ao de ouro:
Seus frutos são de um gosto adocicado,
E tudo é bom do vegetal tesouro.
O homem conserve essa árvore tão nobre,
Que, morta, vive ainda no sobrado
E na choupana rústica do pobre.
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