O controle biológico será essencial no setor agrícola nos próximos anos
Atualmente, o Brasil é líder mundial na utilização do controle biológico no campo. Somente em 2019, foram mais de 23 milhões de hectares que utilizaram a tecnologia, segundo informações da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). O órgão também revelou que o faturamento mundial com biopesticidas em 2018 foi de US$ 3,8 bilhões e estima-se que alcance a casa dos US$ 11 bilhões até 2025.
Para Lucas Von Zuben, biólogo e CEO da Decoy Smart Control, desenvolvedora de soluções biológicas para controle de pragas, o controle biológico representa o futuro para o agronegócio. “Nós vemos uma expansão muito acelerada na utilização desse tipo de tecnologia e o Brasil já é líder neste segmento, com crescimentos expressivos ano a ano. Com isso, não é exagero afirmar que o controle biológico é a nova fronteira tecnológica quando se trata do controle de pragas”, afirma.
“Estamos avançando com base em dois vetores principais. O primeiro é o resultado, porque estamos vivendo o fim de um ciclo de utilização de químicos, com esgotamento desse tipo de solução, por conta da resistência que os insetos têm criado na utilização desses controles químicos, eles têm deixado de entregar os resultados esperados pelos produtores. O outro vetor vem de fora da fazenda, puxado pelo mercado consumidor, já que o consumo de alimentos orgânicos vem crescendo”, completa Von Zuben.
A utilização de biopesticidas em rebanhos se trata de uma solução inovadora e natural, com um sistema que não agride o meio ambiente. “A base tecnológica é um conceito tão simples, quanto sofisticado, que consiste na utilização de inimigos naturais para regular o número de plantas e animais. É um processo que já existe na natureza e que só tentamos copiar no laboratório”, esclarece.
Von Zuben ainda destaca as categorias de controle biológico naturais disponíveis para o mercado agro. “Existem três tipos naturais de controle biológico, que são os parasitóides, a predação e os patógenos (fungos e bactérias). A natureza é muito sábia e poderosa. Essa tecnologia aproveita dessa sabedoria e poder para resolver problemas que nos afetam e tem grande impacto no mercado”, explica. O setor agro chega a perder R$ 10 bilhões anualmente em consequência dos males trazidos por pestes, como o carrapato, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
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