domingo, 26 de dezembro de 2021

 

Projeto promove ações de restauração e preservação da Caatinga

   

Uma ação realizada nos estados de Sergipe e Alagoas para a recuperação da Caatinga e preservação de nascentes vem tem atividades em áreas de produtores, por meio da implantação de Centros de Aprendizagem Tecnológica (CATs) voltados à preservação ambiental. É o projeto Lagos do São Francisco, uma parceria da Embrapa Semiárido, Chesf, BNDES e prefeituras municipais.

O coordenador das atividades, o pesquisador da Embrapa Semiárido Iêdo Bezerra Sá, explica que o objetivo é promover a recuperação de áreas degradadas e o repovoamento da Caatinga com espécies nativas. Para isso, vem realizando um trabalho de análise das propriedades e seleção de plantas mais adequadas para o reflorestamento, respeitando as características do ambiente. “A ideia é imitar a natureza, plantando espécies arbóreas que já existiam no local”, completa Iêdo.

Duas propriedades no município de Delmiro Gouveia, estado do Alagoas, já estão tendo a sua biodiversidade restaurada com o plantio de mudas arbóreas da Caatinga como o umbuzeiro, Baraúna, Imburana de Cambão, Angico, Catingueira e Quixabeira. O trabalho é realizado de forma conjunta, em que os produtores têm participação ativa na seleção das espécies que serão inseridas nas áreas selecionadas.Com a ajuda de técnicos da prefeitura, é feita a preparação das mudas, o plantio e manutenção. A Embrapa realiza treinamentos, disponibiliza as mudas e também faz o acompanhamento de todo o processo, incluindo o momento dos plantios, análise do solo e espaçamento, para que não haja competição de água e nutrientes entre as plantas.

No município de Poço Redondo, no estado de Sergipe, o projeto está trabalhando no Assentamento Cajueiro com o reflorestamento do entorno de uma nascente que historicamente matou a sede de diversas famílias e animais da região. Estão sendo feitos cordões de vegetação arbóreas de espécies da Caatinga, entre elas Ipê Roxo, Craibeira, Angico, Pau Ferro, Ipê Amarelo e Aroeira, no intuito de frear a sedimentação que vem atingindo a nascente.

Para o técnico Paulo Enoque, agrônomo da prefeitura de Poço Redondo, este é um trabalho muito importante e que traz uma visão de preservação para as novas gerações. “Esperamos que no futuro possamos ter esse bioma preservado e essa nascente jorrando água, alimentando o Rio São Francisco”.

No município de Canindé de São Francisco, ainda no estado de Sergipe, o trabalho busca a preservação de outra nascente com vazão de mais de 18 mil litros de água por dia. Lá, a área em volta da nascente será toda repovoada com Craibeira, Mulungu, Aroeira, Baraúna, Jatobá, Pereiro, Pau Ferro, Ipê e Mororó, dentre outras. Estas espécies já observadas na área e que também foram demandadas pelo produtor.

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