sexta-feira, 10 de setembro de 2021

 

Como controlar o crescimento desordenado do caracol gigante africano

 

O caracol gigante africano foi trazido para o Brasil numa tentativa de substituir o escargot (caracol pequeno, típico da culinária francesa). Rapidamente, através do intercâmbio comercial, ele se espalhou para a maioria dos estados brasileiros mas a população não absorveu o hábito de consumi-los. Enfrentando excedentes populacionais, vários criadores abandonaram suas criações ou soltaram deliberadamente os caracóis nas praças, jardins e matas das cidades.

Sem predadores, os caracóis continuaram se multiplicando descontroladamente, se tornando uma ameaça para a agricultura, saúde pública e paisagismo, pois são capazes de atacar mais de 500 espécies de plantas, além de transmitirem vermes para os serem humanos. Particularmente nas cidades, têm causado muito incômodo ao invadirem as residências, principalmente no período chuvoso.

A recomendação para o controle do caracol africano tem sido a captura seguida da incineração. Só que esse procedimento traz alguns riscos porque as pessoas costumam usar álcool para a queima dos caracóis. Procurou-se então encontrar outra alternativa de controle. Produtos diversos foram testados por meio de aplicação em solução aquosa porém sem eficiência plena.

O controle total só foi atingido quando os caracóis foram colocados dentro de um recipiente contendo 1% de cal, sulfato de cobre ou sabão em pó. Diferentemente dos caramujos, que possuem brônquios, os caracóis possuem pulmões e não conseguem respirar dentro d’água. Eles precisam se deslocar até a superfície para respirar. A adição de cal, sabão em pó ou sulfato de cobre na água interfere nos reflexos dos caracóis impedindo-os de se deslocarem até a superfície e por consequência, matando-os por afogamento. “Na hora de mergulhar os caracóis num recipiente com essa solução, as pessoas só devem ter cuidado para não tocá-los diretamente , já que podem transmitir doenças”, alerta Carvalho. “Para pegá-los, deve-se usar uma ferramenta, luvas ou envolver a mão com uma sacola plástica”, orienta o pesquisador.

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