sexta-feira, 11 de junho de 2021

 

Agro deve representar mais de 30% do PIB do Brasil em 2021

Projeção é de estudo liderado por Cepea e CNA. Após recorde em 2020, PIB Agropecuário cresceu 5,35% no primeiro trimestre deste ano

O bom desempenho do agronegócio deve fazer com que a participação do setor no PIB brasileiro ultrapasse os 30% em 2021. A projeção é de estudo feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O levantamento ainda destaca que, após alcançar crescimento recorde em 2020, o PIB do agronegócio teve alta de 5,35% no primeiro trimestre deste ano. Entre as causas, estão o crescimento de quase 8% do ramo agrícola, já que o pecuário recuou 1,96%.

colheita-soja (Foto: José Medeiros/Ed. Globo)

Colheita de soja, principal commoditie produzida no Brasil (Foto: José Medeiros/Ed. Globo)

Pesquisadores do Cepea destacam, ainda, o avanço de 14,77% do PIB do segmento primário (“dentro da porteira”). "Ressalta-se, contudo, que a intensa alta nos custos com insumos atuou em direção contrária, limitando o crescimento", observam.

Por outro lado, segundo o estudo, a alta nos custos resultou em crescimento de 6,65% do PIB do segmento de insumos. Também chama atenção o crescimento do PIB de agrosserviços (6,62%), reflexo do bom desempenho do campo e do impacto sobre o uso de serviços de transporte, comércio, armazenagem, entre outros.

Na pecuária, entrertanto, os resultados foram mais modestos no primeiro trimestre. "Em geral, o avanço intenso dos custos com insumos está corroendo o PIB das cadeias pecuárias", observa o levantamento.

De acordo com pesquisadores do Cepea, o custo com insumos subiu a taxas bastante superiores às observadas para o valor bruto da produção, pressionando as margens do setor pecuário. "Diante disso, e da baixa oferta de boi gordo para abate, que limitou os resultados do PIB via produção, o crescimento do PIB desse segmento se limitou a 2,54% no trimestre."

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Já nas agroindústrias, as valorizações dos animais vivos e de outros custos industriais, somadas à dificuldade de repassar esses aumentos, sobretudo no mercado doméstico, também têm pressionado as margens. Nesse cenário, o PIB da agroindústria pecuária acumulou queda de 5,37% no primeiro trimestre do ano.

Para os agrosserviços, o PIB teve redução de 6,33%. Pesquisadores do Cepea indicam que, no geral, os menores volumes de gado e de carne bovina produzidos e o estreitamento das margens diante de fortes elevações de custos explicam esse resultado.

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