Ministra fala sobre prioridades para o próximo Plano Safra em audiência na Câmara
As prioridades para o próximo Plano Safra continuarão sendo os pequenos e médios produtores rurais, além de incentivos para a produção de milho, para a irrigação e para o armazenamento. O tema foi debatido nesta quarta-feira (5) em reunião da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.
“Desde o início temos tentado priorizar os pequenos e médios produtores com o crédito, com base na premissa de que, para esses grupos o crédito rural oficial é mais importante, uma vez que os produtores maiores conseguem obter outras fontes de financiamento”, disse a a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, lembrando que o Plano Safra 2021/2022 ainda está em negociação com a área econômica do governo.
Segundo a ministra, o governo também trabalha em incentivos para a produção maior de milho no Brasil. “A produção de milho vem batendo recordes no Brasil, mas esse é um produto que cada vez nós usamos mais. O mundo e o Brasil precisam de milho porque ele agrega valor no frango, suínos, bovinos, peixes, leite. O Mapa vem fazendo desde o ano retrasado uma campanha para aumento da área de milho”, disse, lembrando que na semana passada o Conselho Monetário Nacional aprovou medidas para estimular o plantio de milho da safra 2021/2022.
A ampliação de recursos para armazenamento também será importante por causa das expectativas de aumento na produção agropecuária. “Todas as expectativas são que a safra atual e a próxima safra serão maiores. Nós acompanhamos a compra de insumos e estamos vendo que os produtores estão comprando mais fertilizantes, então isso é um sinal de que o agricultor continua com boa expectativa, acreditando nas políticas públicas e com certeza teremos isso revertido em uma safra ainda maior do que a deste ano”, disse a ministra.
A abertura de mercados para produtos brasileiros também foi destacada pela ministra na audiência. Segundo ela, desde 2019 foram abertos 134 mercados para os produtos do agronegócio brasileiro: 34 em 2019; 74 em 2020; e 26 nos quatro primeiros meses de 2021. “Desde o primeiro ano do governo trabalhamos muito porque precisávamos ter mais aberturas de mercados. A exportação traz equilíbrio aos preços internos”, disse.
Previsões
A ministra anunciou que será lançado ainda em maio a ferramenta Analisa CAR, que será um módulo de análise dinamizada do Cadastro Ambiental Rural, disponibilizadas para os estados. “São mais de 7 milhões de cadastros no Brasil todo que poderão ser analisados de maneira remota, para que os estados possam fazer isso através de sensoriamento remoto de maneira mais célere”.
A liberação de seis estados brasileiros como zonas livres
de febre aftosa sem vacinação também foi abordada pela ministra. Ela
lembrou que essas áreas já foram aprovadas pelo comitê técnico da
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e no final de maio, a
assembleia da OIE deverá aprovar os estados do Paraná, do Rio Grande do
Sul e do Bloco I (Acre, Rondônia e parte do Amazonas e do Mato Grosso)
como zonas livres de febre aftosa sem vacinação. “Isso é muito
importante para vender carne para países que exigem essa opção e que
pagam mais caro pela carne. Há uma série de exigências, os estados
tiveram que se empenhar, colocar recursos e ter todos os requisitos para
chegar neste momento", ressaltou Tereza Cristina.
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