Geração solar pode gerar R$ 173 bilhões em economia
Setor pode trazer mais de R$ 139 bilhões em investimentos e gerar mais de 1 milhão de empregosA Associação Brasileira de Energia Solar
Fotovoltaica (ABSOLAR) reafirma que os atributos positivos da geração
distribuída solar fotovoltaica superam, com folga, eventuais custos aos
consumidores brasileiros e podem trazer R$ 139 bilhões apenas em novos
investimentos ao País até 2050. Segundo análise da entidade, benefícios
da geração distribuída solar fotovoltaica somam mais de R$ 150 bilhões
no período somente com a redução de custos no uso de termelétricas, uma
das principais responsáveis pelo aumento tarifário na conta de luz e
pelas emissões de poluentes e gases de efeito estufa do setor elétrico.
Neste mesmo período, além da redução de custos com termelétricas, serão
proporcionados mais de R$ 23 bilhões de economia em perdas elétricas na
transmissão, distribuição e geração da energia elétrica em usinas de
grande porte, distantes dos locais de consumo. A soma destes dois
aspectos trará em uma redução de custos de mais de R$ 173 bilhões até
2050.
O segmento de geração distribuída solar pode gerar mais de 1 milhão de
novos empregos no período, com a criação do marco legal proposto pelo PL
5829/2019, com relatoria do deputado federal Lafayette de Andrada e
atualmente em curso na Câmara dos Deputados.
A entidade alerta que discurso “de prejuízo aos mais pobres” se baseia
em análise incompleta e incorreta sobre a modalidade, pois ignora os
benefícios proporcionados pela geração distribuída aos consumidores
brasileiros. É fundamental que sejam incluídos nas contas tais
benefícios proporcionados aos consumidores e à sociedade brasileira,
dentre eles: redução de perdas elétricas, postergação de investimentos
em novas usinas de geração, linhas de distribuição e transmissão, alívio
na operação do sistema e redução do despacho termelétrico, entre
diversos outros.
“Vemos com grande ceticismo números apresentados por entidades, com
levantamentos financiados por partes interessadas no processo, a partir
de abordagens incompletas, que olham para apenas um lado da moeda. A
geração distribuída traz muito mais benefícios do que custos, por isso é
preciso uma avaliação justa e equilibrada do tema, sem alarmismos. Já
solicitamos aos autores e aos financiadores cópia integral do trabalho e
das memórias de cálculo para realizar uma auditoria técnica”, comenta o
presidente-executivo da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia.
Para Sauaia, a criação de um arcabouço legal para a geração distribuída é
prioridade no cenário atual de duplo desafio, de promover o
desenvolvimento socioeconômico no período de pandemia e também o avanço
do desenvolvimento sustentável do Brasil e do mundo. “Somente em 2020, o
segmento de geração solar distribuída foi responsável pela atração de
R$ 11 bilhões em investimentos ao Brasil e geração de 75 mil novos
empregos e mais renda a trabalhadores espalhados por todo o território
nacional, em um dos momentos mais críticos da economia do País”,
comenta.
Apesar de pequena no Brasil, a geração distribuída que representa
atualmente menos de 0,6% dos consumidores, já incomoda grandes grupos
econômicos, tradicionais e monopolistas do setor elétrico.
“A razão é simples e financeira: ao resgatar os consumidores do papel
passivo de meros compradores e torná-los produtores ativos de sua
própria energia renovável, a geração distribuída ameaça as receitas e os
lucros destes grandes grupos que, em resposta, estão pressionando
autoridades e parlamentares para tentar frear o crescimento da
modalidade. Quem mais perde com esta ameaça à geração distribuída é o
próprio consumidor e a sociedade brasileira, além do meio ambiente”, diz
Sauaia.
“Com ataques focados na bem-sucedida compensação de créditos de energia
elétrica da microgeração e minigeração distribuída, esses grupos
monopolistas ignoraram, de forma deliberada, a contabilização dos
diversos atributos da geração distribuída, o que leva a uma abordagem
inapropriada e equivocada sobre o tema, dificultando a compreensão da
opinião pública”, acrescenta.
Na visão da entidade, o Brasil deve fazer as contas completas para
construir um marco legal transparente, estável, previsível e justo, que
desfaça a insegurança jurídica que paira sobre a geração distribuída
solar e reforce a confiança da sociedade em um futuro com mais
liberdade, prosperidade e sustentabilidade.
“Portanto, a construção de um marco legal para a geração distribuída no
Brasil é o melhor caminho para afastar o risco de retrocesso à energia
solar e demais fontes renováveis utilizadas para a geração distribuída
de energia elétrica em telhados, fachadas e pequenos terrenos no País”,
conclui Sauaia.
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