Projeto altera perfil de produção pecuarista familiar no Semiárido
Uma iniciativa da Embrapa Semiárido em parceria com a Chesf vem ajudando a alterar o perfil de produção de pecuaristas familiares no Semiárido Baiano, disseminando técnicas sustentáveis para a produção e manejo de forragem, além de métodos para armazenamento alimentar em épocas de estiagem.
É o Projeto ‘Eólicas de Casa Nova’, que já distribuiu mais de 150 mil raquetes de palma Orelha de Elefante, material resistente à Cochonilha do Carmim, e mais de quatro toneladas de sementes de sorgo Ponta Negra, milho Gorutuba e Sertanejo, feijão Marfim e Pujante para cerca de 170 produtores familiares do entorno do Parque Eólico de Casa nova, na Bahia.
As cultivares distribuídas são frutos de pesquisas da Embrapa, adaptadas ao ambiente quente e seco do Semiárido Nordestino. Com essas ações, o projeto vem contribuindo com a manutenção de uma suplementação com alto valor nutritivo para alimentação animal nos períodos de estiagem, explica o coordenador do projeto e pesquisador da Embrapa, Rebert Coelho Correia.
Com pouco mais de dois anos em execução, o projeto já viabilizou o armazenado de 150 toneladas de silagens, volume estimando para alimentação de 858 caprinos e/ou ovinos por 60 dias durante o período de seca, que vai de julho a novembro na região. ‘Essa suplementação ajuda a prolongar o tempo de descarte, elevando a renda do produtor com a venda de animais com maior qualidade em período de escassez no mercado’, comenta o pesquisador.
Pesquisador Rebert Correia acompanhando andamento do projeto em propriedade familiar
Outro ponto bastante trabalhado no projeto envolve os treinamentos e capacitações, que levam conhecimento aos produtores sobre o manejo de forragem, novas combinações para a dieta dos animais e armazenamento prolongado via silagem, um método eficiente e de baixo custo para a alimentação dos rebanhos.
Instalação de poços artesianos
Além das atividades desenvolvidas para melhorar o manejo alimentar dos animais no Semiárido, o projeto também selecionou, dentre os produtores cadastrados, 22 agropecuaristas para a perfuração e instalação de poços artesianos e sistemas de irrigação, fornecendo também orientações básicas de manejo racional da água para evitar a salinização e deterioração dos solos.
‘A utilização da água desses poços tem feito uma grande diferença, pois os produtores conseguem realizar o plantio e a manutenção das forrageiras mesmo no período de estiagem, obtendo alimento para os animais ao longo do ano’, revela Correia.
Ademais, a água também tem sido utilizada na dessedentação dos animais, com a redução da pressão sobre vegetação nativa e diminuição da dependência de órgãos oficiais e programas de distribuição de água. ‘Essa independência do produtor do poder público e dos carros pipas é uma questão extremamente relevante no projeto, uma medida que poderia se tornar uma política pública de Estado’, completa Correia.
Os poços também têm viabilizado, em algumas propriedades, a produção de hortaliças, acrescentando mais uma opção de aumento de renda para as famílias do Semiárido Baiano.
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