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Para a redução ou encerramento do distanciamento social, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para a observância dos seguintes condicionantes: (i) a transmissão da Covid-19 deve estar sob controle, com redução sustentada do número de novos casos e óbitos por um período de tempo determinado; (ii) o sistema de saúde ter a capacidade de detectar, testar, isolar e tratar adequadamente os casos, além de rastrear e monitorar contatos; (iii) reduzir a possibilidade de ocorrência de transmissão intensificada de SARS-CoV-2 em territórios e populações com maior vulnerabilidade social; (iv) adotar medidas preventivas consistentes em locais de trabalho, escolas e outros locais onde seja essencial a presença de pessoas e seu deslocamento; (v) atuar sistemicamente prevenindo o risco de importação de casos de outras áreas; e (vi) envidar esforços visando que as comunidades estejam suficientemente informadas, educadas, engajadas e empoderadas para se ajustarem aos novos contextos de “normalidade” com esta flexibilização. Ao se observar as condicionantes da OMS, verifica-se que no Brasil a transmissão da Covid-19 não está sob controle e nem tem reduzido o número de novos casos e óbitos. Além disso, o sistema de saúde opera com insuficiência e inadequação para o tratamento dos/as pacientes, uma vez que não dispõe de leitos de UTI. Segundo o Ministério da Saúde, o país conta somente com 40.662 leitos (SUS, privados e hospitais de campanha) e sem capacidade de fazer testes na população (até hoje, o país só testou 3,5% com testes rápidos e 1,4% com PCR). Os dados da Covid-19 no Brasil demonstram estarmos numa curva ainda ascendente da doença e se faz necessária a adoção de medidas mais severas e restritivas. No final do mês de abril, a média de casos de infectados era de 2.850/dia, ao passo que, em 31 de maio, essa média alcançou 13.849/dia, significando que a transmissão da doença avança não só nas capitais e grandes cidades, mas também para o interior do país (55% dos casos infectados estão em municípios do interior), onde a Covid-19 está alastrando-se fortemente. Os números são alarmantes, pois já somos o 2º país no mundo em casos de infectados, e o 4º em número de óbitos, chegando a 514.849 e 29.314, respectivamente. Esses dados são do Ministério da Saúde de 31 de maio de 2020. Reduzir as medidas tomadas até então quando ainda estamos num cenário de aumento do número de casos e de mortes está na contramão das orientações da OMS e da situação da pandemia no país. Falta liderança nacional. O presidente, desde o início, esqueceu de que governa para todos os brasileiros e brasileiras, e só acena para seus seguidores. Suas maiores preocupações são o fim do distanciamento social com retorno do comércio e a prescrição da hidroxicloroquina. Diante desse vácuo político e de gestão do país, é hora de os/a governadores/a chamarem um Fórum Nacional para discutir a crise sanitária e política e construir estratégias comuns de enfrentamento, inclusive dialogando com o setor produtivo para pensar em um protocolo para a retomada das atividades quando a pandemia estiver controlada e em como atuar para proteger a economia saindo da dicotomia “vida versus dinheiro”. |
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FONTE: Diretoria da CONTAG | |||
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