segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Municípios produtores de algodão, milho e soja têm maiores valores de PIB per capita

Estudo

Estudo do Mapa cruzou dados sobre valor de produção agrícola com informações do PIB

 

Os municípios que lideram o valor da produção de algodão herbáceo, milho e soja apresentaram os maiores valores para o PIB per capita (Produto Interno Bruto por habitante) entre os principais municípios agrícolas. A conclusão é de estudo do Departamento de Financiamento e Informação da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O estudo cruzou os dados da classificação dos municípios pela Pesquisa Agrícola Municipal (PAM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o PIB per capita de 2017. Foram selecionados 20 municípios produtores de soja, milho, feijão, cana-de-açúcar, café, algodão herbáceo, arroz, cacau e laranja, que representaram 59% do valor da produção do país.
“Nota-se que estes municípios têm um PIB per capita mais de duas vezes maior do que a média nacional (R$ 31.834,00). Campos de Júlio (MT) apresentou PIB per capita de R$ 190.239, seis vezes maior do que a média nacional. Sapezal (MT) teve um PIB per capita de R$ 103.552, em 2018, mais que três vezes o PIB per capita do país.”, salienta José Garcia Gasques, coordenador geral de Avaliação de Políticas e Informação do Mapa.
Outros municípios, como Diamantino (R$ 91.907) e Nova Ubiratã (R$ 90.449), também apresentaram PIB per capita muito superior à média nacional.
As regiões que lideram o valor da produção de algodão, milho e soja, são as que têm gerado a maior riqueza no campo, indicada pelo PIB. Numa posição abaixo, estão as áreas de cana de açúcar, feijão e laranja. As regiões com o mais baixo valor do PIB per capita são as áreas de café, cacau e arroz, com PIB per capita cerca de 20% a 30% abaixo da média nacional.
>>Veja aqui a íntegra do estudo da SPA
“Esses resultados mostram que as regiões que têm incorporado níveis crescentes de tecnologia também têm liderado a geração de renda na agricultura. Nessa corrida, produtos com maior dificuldade de deixar padrões tradicionais de produção estão ficando para trás, o que tem levado ao empobrecimento de importantes regiões brasileiras”, conclui Gasques.
Classificação dos principais municípios agrícolas segundo o PIB per capita (2017)*
grafico pib.png
*Valores em Reais (R$)/Fonte:SPA

Maiores economias agrícolas municipais do país

Os dados da Pesquisa Agrícola Municipal (PAM), divulgada em setembro do ano passado pelo IBGE, mostram que São Desidério (BA), Sapezal (MT) e Sorriso (MT) são os municípios com o maior valor de produção agrícola do país. São os principais produtores de algodão herbáceo, soja, milho, entre outros grãos, e campeões de geração de riqueza no campo. 
O órgão avaliou 38 culturas permanentes e 33 temporárias. Entre os 50 municípios com maior valor da produção agropecuária, 18 estão no Mato Grosso. 
O primeiro lugar do ranking pertence a São Desidério, situado a oeste da Bahia, com valor da produção de R$ 3,6 bilhões, em 2018, alta de 54,4% em relação ao ano anterior. Metade desse valor foi gerada pela soja, correspondendo a 1,6 milhão de toneladas.
Na segunda posição de maior município produtor brasileiro está Sapezal, que fica a oeste de Mato Grosso, com R$ 3,3 bilhões (+28%). Além de produzir soja, girassol, feijão e arroz, seu principal produto é o algodão herbáceo, cujo valor da produção foi de R$ 1,8 bilhão, em 2018.
Sorriso, localizado ao norte de Mato Grosso, saiu da primeira posição, em 2017, para a terceira, em 2018. O valor da produção somou R$ 3,3 bilhões, em 2018. O principal produto desse município é a soja, cuja produção foi de 2,2 milhões de toneladas, gerando um valor da produção de R$ 2 bilhões. Sorriso também é um importante produtor de milho, o primeiro do país, e de feijão.
O estudo do IBGE representa uma importante fonte para acompanhamento das informações agropecuárias em nível municipal. “Esse estudo tem sido a base de diversos trabalhos sobre a agricultura brasileira, além de ser importante fonte de informação sobre os municípios”, avalia Gasques. 

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