Sistemas integrados melhoram em até cinco vezes a produtividade de carne
Como
passar de 4 a 6 arrobas de carne por hectare ao ano para uma
produtividade pecuária de 20 a 30 arrobas por ha/ano? Para o pesquisador
Luiz Adriano Maia Cordeiro, da Embrapa Cerrados, a resposta é
intensificação sustentável dos sistemas de produção. Segundo ele, as
tecnologias, como Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF),
Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e recuperação de pastagens são formas
de promover essa intensificação com maior eficiência, menor pressão por
abertura e desmatamento de áreas florestais, maior produção com melhoria
da qualidade ambiental (água, solo, biodiversidade, etc.) e com
incremento na produtividade.
Durante o V Simpósio de ILPF do Estado de São Paulo, coordenado pela Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos) e pelo Grupo de Estudos Luiz de Queiroz (GELQ – Esalq/USP), Cordeiro apresentou resultados de pesquisas da Embrapa com sistemas integrados de produção.
Em experimentos realizados, após a integração com lavoura e pecuária (ILP), a produtividade de carne aumentou cinco vezes.
A integração combina atividades agrícola, pecuária e/ou florestal na mesma área formando um único sistema. “A gestão é mais exigente, porém é mais eficiente. É uma forma do produtor rural otimizar o uso da área”, destaca o pesquisador.
Para a pesquisadora Marcela Vinholis, da Embrapa Pecuária Sudeste, os fatores financiamento, orientação técnica e pesquisa interferem na decisão do pecuarista de diversificar a produção agropecuária e, assim, contribuem para a ampliação da adoção desses modelos.
Nos dois dias do simpósio, 29 e 30 de novembro, especialistas de diversas áreas e instituições apresentaram benefícios e desafios da integração. Além da diversificação da produção, melhora da renda do produtor, bem-estar animal e diminuição dos riscos financeiros, os sistemas integrados têm potencial para recuperar áreas degradadas, reduzir a emissão de gases de efeito estufa, aumentar a retenção de água no solo, realizar a reciclagem de nutrientes, aumentar a atividade biológica do solo e reduzir o uso de fungicidas, herbicidas, etc.
Para o coordenador de projetos na área de clima e cadeias agropecuárias, Lisandro Inakake de Souza, do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), é redundante falar em sustentabilidade com ILPF. Em sua visão, é preciso fortalecer essas iniciativas porque têm impactos práticos no setor agropecuário. “Para mim, ILPF é um desdobramento de uma perspectiva mais sustentável da agropecuária. Você adotar práticas de integração visando à eficiência produtiva deveria ser natural, deveria ser o entendimento geral de quem promove a agropecuária no Brasil, porque você tem resultados positivos para o produtor e para a cadeia. Intensificação sustentável é o caminho”, ressaltou Souza, um dos especialistas do simpósio.
De acordo com o pesquisador Ladislau Araújo Skorupa, da Embrapa Meio Ambiente, estima-se que atualmente a área de ILPF no Brasil está entre 14 e 15 milhões de hectares. Em 2030 a previsão é de que o país tenha 30 milhões de hectares.
Pecuaristas buscam informações
Os produtores que participaram do simpósio estavam em busca de informações para iniciar o processo de integração em suas propriedades.
Eric Giacom, que tem uma área de 50 hectares em Altinópolis (SP), com cana, laranja e gado de corte, pretende usar a ILP para melhorar a qualidade do solo e, assim, aumentar a produtividade. O futuro agrônomo, Vinícius Madeiro, de São Paulo (SP), adquiriu uma fazenda em Descalvado com plantação de cana e está reestruturando a propriedade de 24 ha para produção de leite integrada com lavoura (ILP). Renata Aulicino, que também tem uma fazenda em Descalvado, com mais de 300 ha, ainda está estudando o melhor modelo. Ela pensa em uma forma de integrar a área de abacate, com pecuária e lavoura (ILPF). O médico Carlos Garcia possui uma área de 4.600 ha em Mato Grosso e quer intensificar 2 mil ha com ILP e 50 ha com ILPF. “Minha dificuldade para a mudança de sistema está em encontrar mão de obra especializada para esse tipo de empreitada”, conta.
Para esses pecuaristas que ainda não implantam o sistema, o simpósio foi uma oportunidade para conhecerem os desafios e vantagens da integração.
Simpósio
Durante os dois dias, cerca de 50 técnicos, pecuaristas e estudantes assistiram às palestras e participaram do dia de campo na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP). No primeiro dia, os especialistas abordaram principais metodologias, inovações e soluções, adoção no Brasil, ILPF nos solos arenosos do Oeste Paulista, intensificação sustentável do uso do solo, conforto térmico de bovinos em pastagens arborizadas e sustentabilidade da pecuária com ILPF. No sábado (30), pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste demonstraram na prática a intensificação sustentável em sistemas de ILPF.
Durante o V Simpósio de ILPF do Estado de São Paulo, coordenado pela Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos) e pelo Grupo de Estudos Luiz de Queiroz (GELQ – Esalq/USP), Cordeiro apresentou resultados de pesquisas da Embrapa com sistemas integrados de produção.
Em experimentos realizados, após a integração com lavoura e pecuária (ILP), a produtividade de carne aumentou cinco vezes.
A integração combina atividades agrícola, pecuária e/ou florestal na mesma área formando um único sistema. “A gestão é mais exigente, porém é mais eficiente. É uma forma do produtor rural otimizar o uso da área”, destaca o pesquisador.
Para a pesquisadora Marcela Vinholis, da Embrapa Pecuária Sudeste, os fatores financiamento, orientação técnica e pesquisa interferem na decisão do pecuarista de diversificar a produção agropecuária e, assim, contribuem para a ampliação da adoção desses modelos.
Nos dois dias do simpósio, 29 e 30 de novembro, especialistas de diversas áreas e instituições apresentaram benefícios e desafios da integração. Além da diversificação da produção, melhora da renda do produtor, bem-estar animal e diminuição dos riscos financeiros, os sistemas integrados têm potencial para recuperar áreas degradadas, reduzir a emissão de gases de efeito estufa, aumentar a retenção de água no solo, realizar a reciclagem de nutrientes, aumentar a atividade biológica do solo e reduzir o uso de fungicidas, herbicidas, etc.
Para o coordenador de projetos na área de clima e cadeias agropecuárias, Lisandro Inakake de Souza, do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), é redundante falar em sustentabilidade com ILPF. Em sua visão, é preciso fortalecer essas iniciativas porque têm impactos práticos no setor agropecuário. “Para mim, ILPF é um desdobramento de uma perspectiva mais sustentável da agropecuária. Você adotar práticas de integração visando à eficiência produtiva deveria ser natural, deveria ser o entendimento geral de quem promove a agropecuária no Brasil, porque você tem resultados positivos para o produtor e para a cadeia. Intensificação sustentável é o caminho”, ressaltou Souza, um dos especialistas do simpósio.
De acordo com o pesquisador Ladislau Araújo Skorupa, da Embrapa Meio Ambiente, estima-se que atualmente a área de ILPF no Brasil está entre 14 e 15 milhões de hectares. Em 2030 a previsão é de que o país tenha 30 milhões de hectares.
Pecuaristas buscam informações
Os produtores que participaram do simpósio estavam em busca de informações para iniciar o processo de integração em suas propriedades.
Eric Giacom, que tem uma área de 50 hectares em Altinópolis (SP), com cana, laranja e gado de corte, pretende usar a ILP para melhorar a qualidade do solo e, assim, aumentar a produtividade. O futuro agrônomo, Vinícius Madeiro, de São Paulo (SP), adquiriu uma fazenda em Descalvado com plantação de cana e está reestruturando a propriedade de 24 ha para produção de leite integrada com lavoura (ILP). Renata Aulicino, que também tem uma fazenda em Descalvado, com mais de 300 ha, ainda está estudando o melhor modelo. Ela pensa em uma forma de integrar a área de abacate, com pecuária e lavoura (ILPF). O médico Carlos Garcia possui uma área de 4.600 ha em Mato Grosso e quer intensificar 2 mil ha com ILP e 50 ha com ILPF. “Minha dificuldade para a mudança de sistema está em encontrar mão de obra especializada para esse tipo de empreitada”, conta.
Para esses pecuaristas que ainda não implantam o sistema, o simpósio foi uma oportunidade para conhecerem os desafios e vantagens da integração.
Simpósio
Durante os dois dias, cerca de 50 técnicos, pecuaristas e estudantes assistiram às palestras e participaram do dia de campo na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP). No primeiro dia, os especialistas abordaram principais metodologias, inovações e soluções, adoção no Brasil, ILPF nos solos arenosos do Oeste Paulista, intensificação sustentável do uso do solo, conforto térmico de bovinos em pastagens arborizadas e sustentabilidade da pecuária com ILPF. No sábado (30), pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste demonstraram na prática a intensificação sustentável em sistemas de ILPF.
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