Mapa identifica recuo no preço da carne bovina na primeira semana de dezembro
Carne
Em evento no Paraná, ministra Tereza Cristina disse que preço deve se estabilizar, pois mercado está se ajustando
O
monitoramento feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa) aponta recuo no preço da carne bovina em dezembro.
Nos principais mercados, a queda foi de cerca de 9% na primeira semana
do mês.
Em Mato Grosso, a arroba do boi passou
de R$ 216 na segunda-feira (2) para R$ 197 nessa quinta-feira (5). Na
Bahia, caiu de R$ 225 para R$ 207, de segunda para quinta-feira. Em Mato
Grosso do Sul, a arroba estava cotada a R$ 220 e foi para R$ 200 no
período. Os resultados mostram a tendência iniciada na última semana de
novembro.
Ao participar do Encontro Estadual de
Cooperativistas Paranaenses, em Medianeira (PR), a ministra Tereza
Cristina ressaltou que o preço da proteína está se ajustando. “O preço
daqui para frente deve se estabilizar”, disse.
A ministra explicou que a alta decorreu
de diversos fatores: seca deste ano prejudicou o crescimento do pasto
e, consequentemente, afetou a engorda do rebanho bovino de corte; a
arroba do boi gordo ficou estável nos últimos dois, três anos inibindo
os investimentos; e a abertura de mercados externos, em especial o
aumento da demanda da China por proteína animal em razão da peste suína
africana, que dizimou pelos menos 40% do rebanho suíno chinês.
A ministra destacou que cabe ao mercado
encontrar o equilíbrio nos preços entre a oferta e a procura, sem
interferência do Mapa. “Isso é mercado. Não tem o que a gente fazer no
momento”. Tereza Cristina descartou falta de carne para consumo interno.
“Fiquem todos absolutamente tranquilos, tem carne para todo o Brasil”,
acrescentando que o país dispõe de um rebanho de mais de 215 milhões de
cabeças.
No evento no Paraná, a ministra assinou
a Instrução Normativa 63 que reconhece o Paraná nacionalmente como zona
livre da peste suína clássica. Com essa medida, o estado ficará
desmembrado de um grupo formado atualmente por 14 estados. Alguns
estados do grupo registraram casos recentes da doença e, com isso, o
bloco pode deixar de ser reconhecido como livre da doença.
Tereza Cristina destacou o resultado
alcançado pelos paranaenses e que o trabalho de prevenção deve ser
intensificado em outros estados. “Temos que pegar os bons exemplos, os
bons técnicos levar para aqueles estados que têm problema, falta de
pessoal, seus serviços precisam de mais apoio, para que a gente possa
libertar o Brasil da peste suína clássica, que é preocupante”.
Além da peste suína clássica, o Paraná também busca o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como área livre de febre aftosa sem vacinação.
“Vamos perseguir a segunda fase para que OIE dê o reconhecimento ao
Paraná como zona livre de aftosa sem vacinação, colocando o estado no
patamar da alta sanidade, afirmou a ministra.
O governador Carlos Massa Ratinho
Junior destacou que o estado tomou a “corajosa decisão” de caminhar para
ser um estado livre de aftosa sem vacinação, e agradeceu o apoio do
Mapa e da ministra.
Sobre a peste suína africana, doença
que atinge a China e está se espalhando para outros países, a ministra
ressaltou que o Brasil já está adotando medidas para evitar a entrada da
enfermidade. “[A peste suína africana] Já saiu da China e está em
outros lugares. Temos que ter muito cuidado, muita responsabilidade para
deixar essa doença longe do Brasil”.
Recentemente, foi criada uma comissão, integrada por técnicos do Mapa e representantes do setor produtivo, que irá debater medidas preventivas à doença.
Homenagem
A ministra foi homenageada com o Troféu
Ocepar 2019, concedido por unanimidade pela diretoria da Ocepar
(Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná) pelos
serviços relevantes prestados ao cooperativismo paranaense.
Tereza Cristina ressaltou que as
cooperativas são um dos motores do crescimento da agricultura
brasileira, além de promover a melhoria na vida das famílias de
produtores. A ministra reforçou que uma das metas do Mapa é promover o
cooperativismo no país. Uma das ações é o programa Brasil Mais
Cooperativo, lançado este ano e que visa levar modelos de cooperativas
de sucesso, como as do Paraná, para outras regiões do país, entre elas
Norte e Nordeste.
“Para o sistema cooperativo, fizemos
uma série de ações para melhorar a vida dos pequenos produtores para que
vocês possam continuar sendo o celeiro desse país e dando segurança
alimentar para todos os países do mundo”, disse.
O Paraná tem 215 cooperativas que atuam
em sete ramos: agropecuário, crédito, saúde, infraestrutura, consumo,
transporte, trabalho, produção de bens e serviços. Em 2018, as
cooperativas faturaram R$ 83,7 bilhões e fecharam o ano com 1,7 milhão
de cooperados e 101 mil colaboradores. O setor responde por cerca de 60%
do PIB agropecuário paranaense.
Participaram do evento o presidente do
Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, e os secretários de Agricultura
Familiar e Cooperativismo do Mapa, Fernando Schwanke, e o adjunto da
Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa, Fernando Mendes, além do
prefeito de Medianeira, Ricardo Endrigo, e parlamentares.
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