Recursos do BID vão aprimorar programas de defesa agropecuária no país
Defesa agropecuária
Objetivo é manter Brasil livre de febre aftosa e aumentar áreas sem peste suína clássica e mosca da carambola
O
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai destinar
os US$ 195 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) a
programas para garantir que o Brasil continue livre da febre aftosa,
aumente as áreas sem a peste suína clássica (PSC) e da mosca da
carambola, com a estruturação e a modernização da defesa agropecuária.
Os recursos serão repassados pelo
Tesouro Nacional em operação autorizada pelo Senado Federal, conforme
Resolução 26 do Senado Federal, publicada nesta quarta-feira (30) no Diário Oficial da União.
A linha de crédito será destinada à
execução do Programa de Modernização e Fortalecimento da Defesa
Agropecuária (ProDefesa). As ações deverão ser executadas em cinco anos.
O governo brasileiro terá prazo de pagamento de 25 anos com juros
anuais de 2,79% (Libor).
Dos US$ 195 milhões, o controle e
erradicação de pragas e doenças receberá US$ 137 milhões, a melhoria da
eficiência dos serviços de defesa agropecuária ficará com US$ 23
milhões, e ao conhecimento e inovação para a defesa agropecuária caberá
US$ 35 milhões. Adicionalmente, o Ministério aportará contrapartida de
US$ 5 milhões para acompanhamento e avaliação dos projetos.
“Os recursos garantirão a modernização
dos serviços de defesa agropecuária, repercutindo na segurança alimentar
e na conquista de novos mercados externos”, disse o secretário
substituto da Defesa Agropecuária, Fernando Mendes.
Febre aftosa
O ProDefesa tem o objetivo de
contribuir para o aumento da produtividade agropecuária e para o acesso a
mercados nacionais e internacionais via fortalecimento dos Serviços de
Defesa Agropecuária (SSA) do país.
O programa visa melhorar o controle de
pragas vegetais quarentenárias e doenças animais de grande impacto
econômico, com foco na febre aftosa, peste suína clássica e mosca da
carambola. Também busca o aprimoramento dos serviços da Secretaria de
Defesa Agropecuária que afetam o desempenho do setor agropecuário
brasileiro.
No caso da febre aftosa, o Mapa manterá
a execução do Plano Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa
(PNEFA) para que o Brasil passe de país livre de aftosa com vacinação
para a condição de área sem vacinação em 2026. O plano prevê auditorias
dos serviços veterinários estaduais, fortalecimento dos controles
sanitários dos estados, entre outras ações, com monitoramento semestral
pelo Mapa.
Peste suína clássica
Para a peste suína clássica, os
esforços serão voltados ao aumento do número de estados reconhecidos
pelo Mapa como livres da PSC, passando dos atuais 16 para 23 estados em
2023. As medidas previstas incluem relatórios de estudos epidemiológicos
realizados nos estados da zona não livre, declaração de novas zonas
livres de PSC, intensificação do controle da circulação de suínos,
capacitação do serviço veterinário oficial dos estados e educação
sanitária dos produtores rurais.
Mosca da carambola
O combate à mosca da carambola, que
atinge áreas dos estados do Amapá, de Roraima e do Pará, visa manter o
restante do país livre da praga. Serão fortalecidos os postos de
controle na fronteira e nas estradas internas do Amapá. O projeto
incluirá a vigilância de armadilhas em todo o país e ações de controle e
erradicação em áreas onde as moscas forem detectadas. Também haverá
capacitação de técnicos das instituições envolvidas, assim como dos
produtores, por meio de campanhas de educação sanitária.
Também está previsto o aprimoramento
dos procedimentos nos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária
(LFDAs) do Ministério. Para isso, deverá haver redução do tempo para
realização das análises, diminuição na rejeição de amostras no momento
de seu recebimento nos laboratórios, automação do recebimento das
amostras, análises laboratoriais e entrega de resultados, aquisições e
contratos, credenciamento de laboratórios, gerenciamento de demandas e
controle dos estoques.
Exportação
Outro aprimoramento será realizado no
Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), para
diminuição dos tempos médios de liberação de mercadorias de exportação e
de importação nos portos. Será financiada a implementação de sistema
unificado e informatizado de gerenciamento de trânsito internacional de
produtos agropecuários (denominado “SIGVIG”) para acelerar os processos
envolvendo a exportação de soja em grão e a de carne congelada e
resfriada, além da importação de frutas (maçã) e de insumos
agropecuários (fertilizante mineral e defensivos agrícolas).
Também haverá redução no tempo médio
dos serviços de inspeção, de registro e de autorização de produtos
incluindo os sistemas de exportação de bebidas e importação de material
genético animal e animais vivos e registro de produtos de origem animal.
Na área de normas, o Mapa vai reduzir o tempo médio de elaboração e
publicação das regulamentações da SDA, com a instalação de sistema de
acompanhamento, em tempo real de todos os atos normativos.
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