Projeto Olhares aproxima população da biodiversidade do Parque das Dunas
Com o objetivo de aproximar a
população da primeira Unidade de Conservação criada no Rio Grande do
Norte, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente
(Idema), através da equipe do Parque das Dunas, desenvolveu o Projeto
Olhares. Um projeto de observação participativa da fauna local, que
possibilita o despertar das pessoas para esse valioso remanescente
florestal de Mata Atlântica inserido na capital potiguar.
Através de um clique ou de uma descrição
textual, as pessoas podem contribuir com as informações sobre os
animais que vivem no Parque, seja de ocorrência natural do bioma ou não.
Atualmente, a fauna do Parque das Dunas conta com mais de 300 espécies.
Segundo a bióloga Talytha Rocha, o
projeto nasceu da necessidade das pessoas conhecerem a biodiversidade do
Parque. “Pensamos em desenvolver o Projeto Olhares como uma forma de
chamar a população para ampliar as percepções acerca do Parque das
Dunas. É um convite para que as pessoas se sintam parte de tudo isso ao
mesmo tempo em que contribuem com informações sobre os animais vistos na
Unidade de Conservação”, afirma.
O projeto Olhares, criado pelos biólogos
que atuam diretamente com a fauna do Parque, Talytha Rocha e Dhyego
Melo, bem como pela gestora do Parque das Dunas, Mary Sorage, abrange
toda a área da UC, não somente no local de uso público do Bosque dos
Namorados. Ainda de acordo com a bióloga, locais como Via Costeira,
Roberto Freire, Morro Branco, Universidade Federal, Nova Descoberta, são
áreas que o Parque está inserido.
Para a execução do projeto, foi elaborado o site www.projetoolhares.com.br.
A elaboração do material digital foi feito através de doação de
profissionais da área de Tecnologia da Informação. “Se você estiver
esperando um ônibus no campus da universidade, por exemplo, pode
encontrar um animal e contribuir com o projeto. Basta pegar o celular,
entrar no site e registrar a ocorrência através de um formulário,
registrar o animal visto e se possível anexar fotos”, explica.
A partir dos dados coletados, a ideia é
compilar as informações e transformá-las em banco de dados, até mesmo
para subsidiar pesquisas. A junção das informações iniciais acontecerá
em dezembro de 2019. Logo após, haverá a publicação do que foi
catalogado durante o semestre, havendo continuação do projeto nos
próximos períodos.
“Também pensamos na importância de
observar as espécies encontradas na Mata Atlântica e que não estão
registradas. No Parque, temos um importante exemplo que é o Lagarto de
Folhiço, uma espécie identificada no Parque, descoberta por uma
pesquisadora enquanto desenvolvia trabalho na nossa Unidade. O Olhares é
até uma maneira de despertar o interesse das pessoas em estarem atentas
ao que nos cerca”, disse o biólogo Dhyego Melo.
Lagarto de Folhiço
O Lagarto do Folhiço, denominado
cientificamente de Coleodactylus natalensis, descoberto em 1999 pela
bióloga da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, professora Eliza
Maria Xavier Freire, é símbolo da preservação das áreas verdes de
Natal. O réptil foi descoberto no Parque das Dunas e é uma das menores
espécies de lagarto do mundo, sendo o menor da América do Sul, não
ultrapassando três centímetros de comprimento total. Trata-se de uma
espécie endêmica, ou seja, específica de uma única localidade: a Mata
Atlântica do Rio Grande do Norte.
- Mais informações sobre o Projeto Olhares:
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