A IMPORTÂNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL PARA OS MUNICÍPIOS >> Em 60 cidades, circula mais dinheiro com aposentadoria rural do que com FPM
DO BLOG: E se por acaso essa "reforma da previdência" proposta pelo governo federal vier a ser aprovada, teremos uma situação bem para para os trabalhadores e consequentemente para a economia principalmente dos municípios.
Pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura aponta que em 36% das cidades do Rio Grande do Norte circula mais dinheiro proveniente dos benefícios pagos pelo INSS do que pelo FPM
As
cenas de aposentados aguardando benefícios previdenciárias em agências
bancárias fazem parte do cotidiano do interior do Rio Grande do Norte. E
é este dinheiro que sustenta boa parte do comércio e dos serviços nos
rincões potiguares. Isso se explica pelo fato que a soma dos recursos
para a aposentadoria rural ser maior que os repasses anuais para o Fundo
de Participação dos Municípios (FPM) em 60 das 167 prefeituras
norte-rio-grandenses, segundo dados apurados pela Confederação Nacional
dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
A
pesquisa produzida pela entidade rural, a partir de dados coletados em
2018, indica que em 36% das cidades do Rio Grande do Norte circula mais
dinheiro proveniente dos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS) – aposentadorias por idade, invalidez e tempo de
contribuição – do que por causa do FPM, a principal fonte de receitas de
prefeituras do interior. A maior diferença entre o que o município
recebe de aposentadorias e o FPM chegou a 736%. É o caso de Pau dos
Ferros, no Alto Oeste potiguar. Em 2018, a cidade recebeu R$ 139 milhões
da aposentadoria rural e R$ 16 milhões do Fundo de Participação.
A
diferença superior a 400% entre os valores das aposentadorias e
repasses do FPM também acontece em Apodi (461%), Santo Antônio (436,4%),
João Câmara (430%) e São Miguel (414,1%).
Ao
todo, segundo a pesquisa, 30 cidades potiguares têm uma diferença
superior a 100% entre os valores pagos dos benefícios previdenciários e
os repasses federais.
Em
2018, para ratificar a importância dos recursos da seguridade social
para o homem do campo, ao se somar os valores recebidos em benefícios
nos 167 municípios, o Rio Grande do Norte teve R$ 2,9 bilhões. Já com o
FPM, o valor total foi de R$ 2,6 bilhões. Ou seja, uma diferença de R$
300 milhões.
Até dezembro do ano passado, segundo a Contag, o Estado registrava 271.621 beneficiários de aposentadoria rural.
Este
impacto financeiro dos benefícios rurais pode estar com os dias
contados. Entidades representativas dos trabalhadores do setor rural
temem que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da
Previdência, a PEC 06/2019, possa dificultar o acesso dos agricultores à
aposentadoria, o que acarretaria em graves perdas econômicas para os
municípios.
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