A canola poderá ser cultivada nas regiões do Cerrado e do Semiárido brasileiro
É um trabalho de pesquisa desenvolvido pelos pesquisadores da Embrapa Agroenergia que já fez experimentos em áreas do Cerrado e agora promove testes nas regiões do semiárido brasileiro. É a chamada Tropicalização da canola que deverá abrir nichos para a agricultura nessas duas regiões. Em lavouras de canola, no Brasil Central, os cientistas registraram produtividades de até três mil quilos por hectare (kg/ha), número que ultrapassa o dobro da média nacional de 1,3 mil kg/ha, observada na mesma safra de 2016/2017 pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).As pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Agroenergia (DF) com o objetivo de tropicalizar a canola (Brassica napus L.) já obtiveram ótimos resultados no Cerrado e agora iniciam experimentos em locais de clima Semiárido. O trabalho tem ajuda das universidades e assistência técnica nos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraíba. Segundo o pesquisador da Embrapa Trigo (RS) Gilberto Tomm, a introdução da cultura em baixas latitudes (entre 6 e 13 graus), em clima tropical, é uma iniciativa inédita no mundo.
Até então, a indicação de cultivo estava limitada às regiões de clima temperado e latitudes entre 35 e 55 graus. A latitude está relacionada à distância da Linha do Equador, que cruza o norte do Brasil. Quanto mais próximo ao Equador, maior a temperatura e maior a incidência de luz solar. A luminosidade é benéfica ao cultivo da canola, mas as altas temperaturas não. Esse é o maior desafio na identificação dos locais mais indicados ao cultivo.
Em abril de 2019, um novo experimento com 16 materiais genéticos foi colocado a campo em Plantaltina (DF) para comprovar e adaptar a canola no Cerrado. Enquanto isso, a pesquisa com a tropicalização da canola no Semiárido brasileiro, dentro das ações do Nextbio, vai avaliar o comportamento de diferentes cultivares na região. “A ideia é investigar quais cultivares apresentam maior adaptabilidade às condições climáticas do Nordeste e, a partir deles, desenvolver cultivares específicos para a região”, revela o pesquisador Bruno Laviola.
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