Ministério decide inserir todos os agricultores familiares no Selo Combustível Social
A ministra disse que também deverão ser inseridos no programa agricultores familiares que não estão ligados às cooperativas
A
ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento)
decidiu inserir todos os agricultores familiares brasileiros no programa
do Selo Combustível Social, concedido aos produtores de biodiesel. O
selo permite ao produtor ter acesso a alíquotas de PIS/Pasep e Cofins
com coeficientes de redução diferenciados para o biodiesel, além de
obter incentivos comerciais e de financiamento. Para acabar com a atual
segmentação do programa e incluir nele agricultores que hoje estão
impedidos de fazer parte do processo, será necessário alterar o Decreto
nº 5.297, de 2004, que instituiu o selo. A ideia é encaminhar nos
próximos dias proposta de novo texto à assinatura do presidente Jair
Bolsonaro.
Nesta quarta-feira (24), o
secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo, Fernando Schwanke,
anunciou que uma das alterações visa facilitar a participação das
cooperativas no programa. Para isso, será criado o conceito da
“cooperativa agropecuária habilitada”, permitindo a participação de
qualquer cooperativa que tenha em seus quadros agricultores familiares
possuidores da DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf, Programa Nacional
de Fortalecimento da Agricultura Familiar), e que esteja habilitada como
fornecedora de matéria-prima para produtores de biodiesel.
Não
será mais necessário que a cooperativa tenha a DAP Jurídica, o que, de
acordo com Schwanke, permitirá a imediata inclusão no programa de 40 mil
agricultores familiares. Além disso, haverá uma desburocratização do
programa, para facilitar a ampliação da base de oferta. Será
desnecessário, por exemplo, comprovar a anterioridade do contrato no
sistema no biodiesel, evitando autenticações em cartório. A iniciativa
atende demanda dos setores da cadeia do biodiesel no sentido de
desburocratizar o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel
(PNPB).
Como Tereza Cristina informou
que também deverão ser inseridos no programa agricultores familiares
que não estão ligados às cooperativas, atendendo a pleito dos
produtores. Como será necessário alterar o decreto, isso levará mais
alguns dias. A ministra afirmou que as mudanças serão rápidas e darão
mais segurança ao programa. Ela disse achar que em dez dias o texto
estará pronto para levar ao presidente Bolsonaro.
“A intenção é colocar (no programa) todos que a gente puder, podendo vender para quem quiser e obtendo o benefício do selo”, disse a ministra. “Nós temos uma oportunidade única, pois o presidente gosta do nosso setor, é um apoiador do setor, e tudo que a gente leva do nosso setor ele recebe com um olhar diferente, especial. Podem ter certeza de que o decreto será feito o mais rapidamente possível, pois a gente precisa pôr o produtor para vender melhor e com mais liberdade. Espero que mais do que 40 mil pequenos produtores sejam inseridos nessa política”.
“A intenção é colocar (no programa) todos que a gente puder, podendo vender para quem quiser e obtendo o benefício do selo”, disse a ministra. “Nós temos uma oportunidade única, pois o presidente gosta do nosso setor, é um apoiador do setor, e tudo que a gente leva do nosso setor ele recebe com um olhar diferente, especial. Podem ter certeza de que o decreto será feito o mais rapidamente possível, pois a gente precisa pôr o produtor para vender melhor e com mais liberdade. Espero que mais do que 40 mil pequenos produtores sejam inseridos nessa política”.
Frente Parlamentar
A
ministra participou nesta quarta-feira (24) do lançamento da Frente
Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), que será presidida pelo
deputado federal Evair de Melo (PP-ES). Em solenidade na sede da
Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), ela fez elogios ao
cooperativismo na agricultura.
“O
cooperativismo só tem trazido coisas boas para a organização das pessoas
em todo o país. É o sistema mais fraterno que eu conheço. É um sistema
mais fraterno porque olha para as pessoas, e o resultado acaba sendo
muito eficiente e eficaz”, disse ela.
Segundo
a ministra, o sistema cooperativo brasileiro é um exemplo para o país,
pois está sólido, é eficaz e tem ética, valores e princípios dos quais o
país está precisando muito: “Precisamos no Brasil hoje muito desse
espírito da ética, da fraternidade, as pessoas precisam ter valores”.
Ela
citou produtores do Nordeste como os que mais precisam da ajuda do
cooperativismo. Está sendo criado na Secretaria de Agricultura Familiar e
Cooperativismo um projeto para que as cooperativas mais estabelecidas
do país adotem novas cooperativas em formação no interior do Nordeste,
para ajudá-las a se consolidar e transformar a vida dos pequenos
produtores. A ministra elogiou os bons exemplos de cooperativas que
conheceu no Nordeste, e disse achar que esse sistema é fundamental para
dar dignidade e renda aos agricultores familiares.
Evair
de Melo disse que o cooperativismo está preparado para ajudar na
recuperação da economia do país. Segundo ele, a eficiência do sistema de
cooperativas de crédito é reconhecido publicamente pelo Banco Central.
Também discursaram no evento o presidente da OCB, Márcio Lopes de
Freitas, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado
federal Alceu Moreira (MDB-RS).
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