Organizações do campo e da cidade unidas em defesa dos direitos previdenciários da classe trabalhadora
A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), entidades sindicais e organizações da sociedade civil assumiram o compromisso de intensificar formas e meios de atuação conjunta que impeçam o desmonte da Previdência Social, em reunião articulada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta segunda-feira(27), no auditório das Obras Missionárias, em Brasília/DF. Além da CONTAG, estavam presentes, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Centro Cultural de Brasília Missionário (CCBM), a Comissão Pastoral dos Pescadores do Brasil (CPPB), Comissão Brasileira de Justiça (CBJP), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Auditoria Cidadã da Dívida, Movimento Sem Terra (MST), Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e a Frente Brasil Popular.
Após a reunião, ficaram firmados os seguintes compromissos: uma agenda conjunta em defesa dos direitos sociais dos trabalhadores e trabalhadoras; criação de um espaço para circulação com informações das agendas das organizações, de forma que todas as ações sejam fortalecidas pelo coletivo; construção de um documento para encaminhar à presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pedindo que se junte ao conjunto de organizações na mobilização da Greve Geral da Classe Trabalhadora do dia 14 de junho; realização de vigílias pelas comunidades da Igreja Católica, em defesa dos direitos e da vida. Para coordenar toda essa agenda de luta foi criada uma Comissão com representantes de algumas entidades e organizações presentes na reunião.
“Essa reforma tira os direitos e condena a maioria dos trabalhadores(as). São quase 11 milhões que estarão na miséria se retirarem esses benefícios. O governo federal esquece que o trabalho é a chave para construir uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária. Por isso as religiões, os homens e mulheres de bem se posicionam contra esse projeto de reforma que institui um sistema de poupança privada”, lembrou o bispo referencial da Pastoral da Saúde, pela CNBB, Dom Roberto Francisco Paz.
Em nome da CONTAG, o secretário de Formação e Organização Sindical da Confederação, Carlos Augusto Silva (Guto), compartilhou o caminho de luta que o Sistema CONTAG tem travado para barrar o texto da reforma da Previdência que prejudica os rurais e tenta inviabilizar a luta sindical. “O Sistema CONTAG tem concentrado forças em defesa da seguridade social e da legítima existência dos Movimentos Sociais. Por isso somos contra a reforma da Previdência (PEC 6/2019 e a Medida Provisória MP 871), pois penaliza os(as) rurais e ainda tenta criminalizar um conjunto de ações realizadas pelos Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras”, pontuou.
O representante da CONTAG ainda afirmou que a Confederação somará força com todas as organizações e manterá sua mobilização em defesa da Previdência, nas Câmaras de Vereadores, nas Assembleias Legislativas, no Congresso Nacional e na Greve Geral de 14 de junho, entre outras ações de massa em defesa dos direitos sociais dos(as) rurais.
Maria Lúcia Fattorelli, coordenadora Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, afirmou que a reforma proposta pelo governo federal: “... destrói o Sistema de Seguridade Social conquistado na constituição de 88 que garante proteção social em todas as situações de vulnerabilidade da classe trabalhadora (desemprego, doença, velhice, viuvez, orfandade, reclusão, invalidez, maternidade...)”. E ainda pontuou que: “Essa reforma é um grade retrocesso!”.
Realizada pela CONTAG e por várias organizações parceiras, a Marcha das Margaridas 2019 foi lembrada por Iridiana Seiberes, do Movimento de Mulheres Camponesas, como ação estratégica em Defesa da Previdência Social. “Uma das bandeiras principais da Marcha das Margaridas 2019 é a luta em defesa da Previdência Social, principalmente em relação às mulheres rurais. Nos dias 13 e 14 de agosto, estaremos em Brasília para denunciar essa reforma que é extremamente patriarcal e machista, e que vai retirar muitos direitos das mulheres”, denunciou a representante do MMC.
Ainda nessa terça-feira (28), foi entregue o documento construído a partir da reunião, pedindo à presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que se junte ao conjunto de organizações na mobilização da Greve Geral da Classe Trabalhadora do dia 14 de junho, em denúncia a reforma da Previdência, o crescente desemprego e o desmonte da educação pública.
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