ÁGUA: A FALTA DE UMA NOVA LÓGICA NARRATIVA
ANTONIO CARLOS MOREIRA*
Hoje, dia Mundial da Água, a reflexão sobre o tema deve estar sendo proposta aos diversos públicos e instituições. Afinal, prevalece a preocupação dos formadores de opinião, e indagação do público em geral, para as disparidades climáticas que provocam, por exemplo, excesso de chuvas e suas conseqüências sociais em diversas regiões do país, contrariamente a longos períodos de estiagem em outras.
A não ocorrência de estiagem, como se viu entre 2014 e 2017, reduziu a preocupação em regiões do Centro-Sul, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, historicamente livres do problema, mas atingidas por grave crise hídrica naqueles quatro anos. Em 2017, em plena capital do país, o governo de Brasília adotou o racionamento de água nas residências. Ao contrário, este verão se encerra como o mais chuvoso nos últimos vinte anos.
Aquela crise hídrica nos estados importantes formadores de opinião gerou novas e positivas posturas e ações preocupadas com a limitação da oferta de água (”economizar para não faltar”).
A ideia equivocada da “natureza intocável”
Por outro lado, deu margem ao ativismo ambientalista menos científico, mais alarmista; alvos maiores de críticas são as usinas hidrelétricas e a agropecuária. Como resultado mais amplo, nota-se tomar força a visão “preservacionista”. Bem intencionada, mas incorpora a ideia equivocada da “natureza intocável”, que não pode ser “agredida” pelas ações humanas.
Ainda na esteira do discurso ambiental alarmista, crescem ataques, carregados no viés anti-produção, atingindo indústrias de diversos setores (alimentícios, de bebidas e de limpeza) e a agropecuária. Como demonstra o slogan de campanha recente do Greenpeace, veiculada em emissoras de rádio – provavelmente sem custo, como apoio das emissoras:“Batemos de frente com governos e empresas que roubam as riquezas do planeta”, comemora a ONG.
Ao apregoar sua “intocabilidade”, que a água deve ser “preservada”e seu uso restringido mesmo quando para a melhoria de vida das pessoas – casos, por exemplo,de uma hidrelétrica ou a agropecuária – tal visão pressiona os órgãos reguladores por medidas rígidas à produção de energias, bens de produção, bens de consumo e de alimentos.
Amenizar a ‘pregação apocalíptica’
Apesar dos especialistas considerarem totalmente equivocada a visão preservacionista, não contribuirá para a interlocução com a Opinião Pública o confronto desafiador, simplesmente. Portanto, é equivocada também a estratégia de comunicação na linha provocativa como a adotada, por exemplo, pelo presidente dos Estados Unidos frente aos ativistas.
É evidentemente fundamental que os recursos hídricos sejam preservados. Mas, sobretudo, por serem imprescindíveis para as sociedades, como um todo, e não apenas por ser um “bem da natureza”.
A sociedade deve ser alertada para os problemas e causas que ameaçam os recursos hídricos. Mas não contribuem as análises catastrofistas; ou seja, haverá outra estratégia de amenizar a ‘pregação apocalíptica’.
Promover uma nova lógica narrativa
O uso consciente dos recursos hídricos pela sociedade como um todo (pessoas e organizações) deve não apenas ser incentivado, mas exigido e mesmo, de forma sensata, regulado. Mas não se pode declarar a “moratória da água”.
Incentivos à conscientização para atitudes pessoais de economia de água são importantes – mas insuficientes. É necessário ir além: enfatizar a importância da coexistência dos multirecursos energéticos. Hidrelétricas não são adversárias de Eólicas, são complementares; já as fontes fósseis, embora antigas, são importantes porque mais acessíveis a um maior número de regiões e milhões de pessoas.
Portanto, promover awareness com a visão da necessidade de conservar com o uso racional dos recursos hídricos, ao mesmo tempo desenvolvendo e articulando inovações em energias que garantam o futuro Sustentável.
Porque, afinal, a razão do planeta são as Pessoas.
CONHEÇA O PROJETO “TERRA, PLANETA ÁGUA”:
www.somaestrategica.com.br
*ANTONIO CARLOS MOREIRA foi repórter nas revistas Manchete e Veja e editor da revista Panorama Rural; especializado em Economia pela FIA Business School, e pela FIPE, Fundação Instituto de Pesquisas, ambas associadas à USP/SP; foi professor universitário e gerente de Comunicação Corporativa; dirige a consultoria SOMA Estratégica - Comunicação Corporativa.
Hoje, dia Mundial da Água, a reflexão sobre o tema deve estar sendo proposta aos diversos públicos e instituições. Afinal, prevalece a preocupação dos formadores de opinião, e indagação do público em geral, para as disparidades climáticas que provocam, por exemplo, excesso de chuvas e suas conseqüências sociais em diversas regiões do país, contrariamente a longos períodos de estiagem em outras.
A não ocorrência de estiagem, como se viu entre 2014 e 2017, reduziu a preocupação em regiões do Centro-Sul, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, historicamente livres do problema, mas atingidas por grave crise hídrica naqueles quatro anos. Em 2017, em plena capital do país, o governo de Brasília adotou o racionamento de água nas residências. Ao contrário, este verão se encerra como o mais chuvoso nos últimos vinte anos.
Aquela crise hídrica nos estados importantes formadores de opinião gerou novas e positivas posturas e ações preocupadas com a limitação da oferta de água (”economizar para não faltar”).
A ideia equivocada da “natureza intocável”
Por outro lado, deu margem ao ativismo ambientalista menos científico, mais alarmista; alvos maiores de críticas são as usinas hidrelétricas e a agropecuária. Como resultado mais amplo, nota-se tomar força a visão “preservacionista”. Bem intencionada, mas incorpora a ideia equivocada da “natureza intocável”, que não pode ser “agredida” pelas ações humanas.
Ainda na esteira do discurso ambiental alarmista, crescem ataques, carregados no viés anti-produção, atingindo indústrias de diversos setores (alimentícios, de bebidas e de limpeza) e a agropecuária. Como demonstra o slogan de campanha recente do Greenpeace, veiculada em emissoras de rádio – provavelmente sem custo, como apoio das emissoras:“Batemos de frente com governos e empresas que roubam as riquezas do planeta”, comemora a ONG.
Ao apregoar sua “intocabilidade”, que a água deve ser “preservada”e seu uso restringido mesmo quando para a melhoria de vida das pessoas – casos, por exemplo,de uma hidrelétrica ou a agropecuária – tal visão pressiona os órgãos reguladores por medidas rígidas à produção de energias, bens de produção, bens de consumo e de alimentos.
Amenizar a ‘pregação apocalíptica’
Apesar dos especialistas considerarem totalmente equivocada a visão preservacionista, não contribuirá para a interlocução com a Opinião Pública o confronto desafiador, simplesmente. Portanto, é equivocada também a estratégia de comunicação na linha provocativa como a adotada, por exemplo, pelo presidente dos Estados Unidos frente aos ativistas.
É evidentemente fundamental que os recursos hídricos sejam preservados. Mas, sobretudo, por serem imprescindíveis para as sociedades, como um todo, e não apenas por ser um “bem da natureza”.
A sociedade deve ser alertada para os problemas e causas que ameaçam os recursos hídricos. Mas não contribuem as análises catastrofistas; ou seja, haverá outra estratégia de amenizar a ‘pregação apocalíptica’.
Promover uma nova lógica narrativa
O uso consciente dos recursos hídricos pela sociedade como um todo (pessoas e organizações) deve não apenas ser incentivado, mas exigido e mesmo, de forma sensata, regulado. Mas não se pode declarar a “moratória da água”.
Incentivos à conscientização para atitudes pessoais de economia de água são importantes – mas insuficientes. É necessário ir além: enfatizar a importância da coexistência dos multirecursos energéticos. Hidrelétricas não são adversárias de Eólicas, são complementares; já as fontes fósseis, embora antigas, são importantes porque mais acessíveis a um maior número de regiões e milhões de pessoas.
Portanto, promover awareness com a visão da necessidade de conservar com o uso racional dos recursos hídricos, ao mesmo tempo desenvolvendo e articulando inovações em energias que garantam o futuro Sustentável.
Porque, afinal, a razão do planeta são as Pessoas.
CONHEÇA O PROJETO “TERRA, PLANETA ÁGUA”:
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*ANTONIO CARLOS MOREIRA foi repórter nas revistas Manchete e Veja e editor da revista Panorama Rural; especializado em Economia pela FIA Business School, e pela FIPE, Fundação Instituto de Pesquisas, ambas associadas à USP/SP; foi professor universitário e gerente de Comunicação Corporativa; dirige a consultoria SOMA Estratégica - Comunicação Corporativa.
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