quarta-feira, 9 de janeiro de 2019



Brasil amplia o número de rebanhos puros da linhagem vermelha da raça Brahman

Um dos primeiros plantéis do País, a Prata Agropecuária é a principal fornecedora de genética Red Brahman para os novos criatórios
     
Em 2019, a raça Brahman completa 25 anos das primeiras importações oficiais de animais para o Brasil, vindos dos Estados Unidos. Desde os primeiros cruzamentos para a formação da raça, o diferencial tem sido a seleção de bovinos de perfil econômico para a produção de carne. A linhagem vermelha, o chamado Red Brahman, que é selecionada desde a década de 90 no País, tem sido usada em projetos de cruzamento industrial com raças taurinas, por permitir o desenvolvimento da pecuária de ciclo curto. A boa demanda por touros Red Brahman tem contribuído para aumentar o número de rebanhos puros da raça no Brasil.

O pecuarista Alex Miyasaki, da Fazenda União, em Anaurilândia/MS, vem selecionando a linhagem vermelha desde 2015, quando adquiriu as primeiras matrizes durante o leilão promovido pela Prata Agropecuária, que tem quase três décadas de seleção de Brahman, tanto na linhagem vermelha quanto na branca. “Minha relação com o Brahman teve início em 2007, ano em que passei a ocupar o cargo de diretor executivo da Associação Paulista dos Criadores de Brahman e a integrar o Conselho Técnico da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil. Passei a usar touros da raça em cruzamentos com matrizes Nelore e os resultados foram tão animadores que decidi formar meu próprio plantel puro”, conta Miyasaki.
Atualmente, o plantel da Fazenda União conta com 40 matrizes PO, todas adquiridas da Prata Agropecuária. “Sempre busco por animais mochos, funcionais, muito rústicos e com alta concentração de genética australiana, como é o rebanho da Prata. Na pecuária seletiva, eles se destacam pela grande pressão de seleção e pelos rigorosos critérios aplicados ao rebanho, fatores essenciais para ofertar tamanha qualidade ao mercado”, afirma o pecuarista.

O Red Brahman vermelho é selecionado há quase três décadas pelo pecuarista Antônio Renato Prata, o Pratinha, na Fazenda Belo Horizonte, em Paranavaí/PR, e teve sua origem a partir da genética importada de dois grandes países selecionadores da raça, Austrália e Estados Unidos. O rebanho vermelho foi formado através da importação de um lote de novilhas de Houston (Texas) e de cruzamento absorvente com vacas tabapuã de pelagem vermelha, da própria seleção de 40 anos da Prata, com touros americanos da mesma pelagem e portadores de caráter mocho. Como Pratinha teve dificuldade em conseguir sêmen de touros vermelhos com caráter mocho, partiu para a Austrália em busca desse tipo de animal e importou de lá a genética que passou a usar com grande sucesso na produção.
Segundo a pecuarista Adriany Prata, todo o rebanho Brahman da Prata Agropecuária, incluindo o de pelagem branca, é avaliado pelo PMGZ (Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos) e os acasalamentos visam a produzir touros rústicos, de boa carcaça e com maior ganho de peso, e que possam ser utilizados para cobrir a vacada a campo. “Além da produção de touros para o mercado nacional, usamos o Red Brahman em nosso rebanho comercial, que está concentrado em Porto Murtinho, em pleno Pantanal Mato-Grossense. Os reprodutores são usados para fazer o repasse das fêmeas F1 Braford, pois produzem bezerros mais pesados ao desmame. Estamos conseguindo desmamar com 10 kg acima da média”, diz Adriany. Os machos são abatidos com 550 kg e idade entre 18 e 20 meses. Já o abate das fêmeas acontece por volta dos 15 meses, quando atingem 14 arrobas. O rebanho Brahman da Prata é composto por 500 matrizes.

Sobre a Prata Agropecuária
A Prata Agropecuária seleciona Nelore Mocho há mais de 50 anos. Já as raças taurinas Brangus e Braford são criadas pela propriedade há 28 anos. Mantêm propriedades em São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Anualmente, a Agropecuária disponibiliza sua genética bovina em três leilões de Nelore Mocho, Brangus e Braford, sendo o principal o Leilão Fazenda Dois Irmãos, que chega a sua 22ª edição em 2019. O criatório ainda tem Cavalos Quarto de Milha.

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