RN dá mais um passo no macrozoneamento da bacia do Piranhas-Açu
Mais um passo foi dado no
processo de implementação do Macrozoneamento Econômico-Ecológico da
Bacia Hidrográfica do Piranhas-Açu, capitaneado pelo Governo do Estado
por meio do projeto Governo Cidadão e Banco Mundial, em parceria com o
Idema, Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e Comitê
da Bacia Hidrográfica Piancó Piranhas-Açu (CBH PPA). Nesta
segunda-feira (12), uma equipe de 11 técnicos se reuniu no Centro
Administrativo para apresentar o plano metodológico que será seguido e
discutir parcerias para implantação do estudo.
Representantes do Governo Cidadão,
Idema, Semarh e CBH PPA discutiram no encontro a articulação
institucional necessária para implantar o macrozoneamento, que vai
promover desenvolvimento econômico sustentável na região, a partir da
compatibilização deste desenvolvimento com a conservação ambiental. O
plano metodológico foi apresentado durante o encontro e o próximo passo é
dar início às reuniões nos municípios que serão atingidos pelo estudo.
“Um dos principais desafios da aplicação
de um zoneamento no Piranhas-Açú é a situação climática do semiárido. A
questão hídrica da bacia é bem deficitária, porque é totalmente
dependente de reservatórios e açudes. A escolha da bacia do Piranhas-Açú
para realização do macrozoneamento foi em função da transposição do Rio
São Francisco, que agora precisa chegar para população local com
planejamento integrado para gerar desenvolvimento socioeconômico de
forma sustentável”, destacou o secretário e coordenador do projeto
Governo Cidadão, Vagner Araújo.
Participaram da reunião os
representantes do CBH PPA Paulo Varella e Procópio Lucena. “O CBH PPA é
um parceiro fundamental durante todo o processo de elaboração do
Macrozoneamento, uma vez que o ponto de partida para esse zoneamento é o
Plano de Recursos Hídricos Piancó-Piranhas-Açu, elaborado pela Agência
Nacional de Águas (ANA) e aprovado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do
Piranhas-Açu, referente à gestão da porção da bacia inserida no
território do RN”, registrou a coordenadora do Núcleo de Gestão
Ambiental do Governo Cidadão, Andréa Batista.
Os recursos aplicados no zoneamento
somam aproximadamente R$ 3 milhões e são fruto do Acordo de Empréstimo
com o Banco Mundial. Este mecanismo de gestão ambiental consiste na
delimitação de zonas ambientais e atribuição de usos e atividades
compatíveis segundo as características (potencialidades e restrições) de
cada uma delas. O objetivo é o uso sustentável dos recursos naturais e o
equilíbrio dos ecossistemas existentes de forma que o Estado possa
desenvolver políticas socioeconômicas de forma articulada e integrada,
com implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas, com
medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a
qualidade ambiental, garantia para o desenvolvimento sustentável e a
melhoria da qualidade de vida da população.
No estudo também serão definidas as
principais atividades econômicas viáveis e será possível identificar as
fragilidades ambientais, de forma que o possam ser implantadas ações
respeitando o ambiente no qual se localizam. O estudo terá 14 meses para
ser elaborado, abraçando os 47 municípios inseridos na bacia. A
Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos (Cobrape) foi
contratada para desenvolver as atividades.
De acordo com Ana Maria Marcelino,
assessora técnica do IDEMA, a região dessa bacia é uma das principais
produtoras do RN, mas a exploração de seus recursos naturais foi feito
ao longo de décadas sem o devido controle e sem levar em consideração a
forma como afetaria o meio ambiente. “O zoneamento vai orientar o
desenvolvimento, tentar recuperar aquilo que se perdeu, incentivar e
orientar políticas públicas de várias áreas, não só econômicas, mas
sociais também”, ressaltou.
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