Horário de verão
Horário de verão aumenta a produtividade no campo
Com o ajuste nos relógios, os produtores conseguem estender a sua rotina de trabalho
O horário de verão
de 2018 inicia na primeira hora deste domingo (4). À meia-noite, os
moradores de 10 estados e do Distrito Federal devem adiantar o relógio
em uma hora. O horário adiantado em uma hora em relação ao horário
normal ficará em vigor até a meia noite do dia 15 de fevereiro de 2019. O
ajuste vale para as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste (São Paulo, Rio
de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito
Federal).
Com o ajuste nos relógios, os produtores
rurais conseguem estender a sua rotina de trabalho e principalmente para
aqueles que têm objetivo de plantar ou colher em sua propriedade, pois o
dia na percepção do ser humano dura um pouco mais, favorecendo ao
produtor, o que nem sempre acontece na zona urbana.
Diante disso, na zona rural o inicio do
horário de verão faz com que os trabalhadores do campo passem a ter uma
maior produtividade, com o aumento de 1 hora do sol, e também possa
gerar um aumento de renda para os colaboradores de fazendas, que podem
estender seu horário até às 20 horas, horário que relativamente acontece
o pôr do sol. O gestor administrativo especialista em finanças e
produtor rural, Frederico Victor Franco, ressalta que é preciso
respeitar as leis trabalhistas e horas de descanso do trabalhador rural,
para evitar questões e ocorrências trabalhistas futuras.
Frederico acrescenta que, na
bovinocultura, é importante lembrar que os bovinos são animais de
hábitos e rotinas, e a luz do dia é uma referência. Assim sendo, se
ocorrem mudanças bruscas ou inesperadas na rotina do animal, como a
mudança do horário de alimentação no horário de verão devido à mudança
da rotina do tratador, isto vai gerar o estresse no bovino e
consequentemente a perda de peso na carcaça e desempenho. Já na produção
de leite, as vacas leiteiras por serem mais sensíveis e ter um ritmo
regrado da ordenha em duas vezes por dia, sendo ela feita pela manhã e
pela tarde, a mudança de horário vai ocasionar a de produtividade de até
14% em comparação a produção normal.
Para minimizar as perdas é necessário que o
produtor encaixe o tempo dessa mudança gradativamente. No horário
tradicional a ordenha ocorre às 5h, já no horário de verão ela deverá
ser feita às 6h no primeiro dia. No segundo dia em diante, vai
diminuindo os horários sendo as 5h50, 5h40, até chegar às 5h novamente,
mas sempre acompanhando se o animal não está perdendo produtividade. O
mesmo deve ser feito na ordenha da tarde e também na alimentação, e
quando finalizar o horário de verão, realizar da mesma maneira a
alteração gradativa dos horários até a adaptação do animal.
Nas granjas, o horário de verão exige um
cuidado maior também, pois para manter a média de produção diária, é
preciso de maneira urgente adaptar a mudança no relógio ao horário
biológico das galinhas. Todavia, como o horário de trabalho muda, os
colaboradores devem ter atenção nos cochos, principalmente para não
faltar água e ração e consequentemente ocorrer à morte o animal ou perda
de produção.
O horário de verão já não é tão eficaz na
economia de energia devido à mudança no perfil do consumo da população
brasileira. No passado, as pessoas e empresas encerravam suas atividades
do dia com a luz do sol ainda presente, e atualmente as pessoas possuem
o horário de trabalho mais flexível que facilitam a mudança. Outro
fator que diminui a eficácia é o aumento de o uso de eletrodomésticos e
equipamentos, como o ar-condicionado devido à alta temperatura no
período, que também afeta diretamente no aumento de consumo de energia.
Para o produtor rural, a mudança não afeta
as contas de energia pelo fato do mesmo ter que adaptar sua produção e
seus meios produtivos ao horário, o que mantem o consumo de maneira
uniforme ou até mesmo maior, devido em alguns casos o mesmo estender o
horário de trabalho de máquinas e equipamentos.
De acordo com balanço do Operador Nacional
do Sistema Elétrico (ONS), a economia em 2013 no Brasil foi de R$ 405
milhões, ou 2.565 megawatts (MW), já em 2016 para R$147,5 milhões ,
queda de 63,5% na economia de energia em relação À 2013, sendo já uma
economia muito abaixo do esperado. Assunto que foi analisado pelo
governo em 2017, mas o horário de verão deverá ser mantido para os
próximos anos devido ao aumento do faturamento no comércio e no turismo
neste período.
De acordo com o Ministério de Minas e
Energia as regiões Norte e Nordeste não adotam o horário de verão,
porque a hora adiantada é mais eficaz nas regiões mais distantes da
Linha do Equador, onde há uma diferença mais significativa na
luminosidade do dia entre o verão e o inverno.
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