Cultivo de algodão agroecológico no semiárido brasileiro ganha reforço
Uma
nova etapa do projeto Algodão em Consórcios Agroecológicos foi lançada
nesta terça-feira (6), na Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, no
Piauí. O projeto é uma iniciativa da ONG Diaconia, em parceria com a Embrapa Algodão, e que agora contará com o apoio financeiro do Instituto C&A
e uma rede de instituições parceiras. O objetivo desta nova fase é
fortalecer a atuação dos Organismos Participativos de Avaliação de
Conformidade Orgânica (OPACs), por meio do fomento ao cultivo do algodão
agroecológico no semiárido brasileiro.
Além da produção de fibras e alimentos, o projeto visa ao fortalecimento do protagonismo feminino, geração de renda para agricultura familiar, desenvolvimento das organizações sociais de base familiar, conservação dos recursos naturais e aproximação com o mercado de algodão sustentável. Durante esta fase, que terá dois anos de duração, o projeto fornecerá apoio financeiro, técnico, gerencial e produtivo às organizações participantes. Ao todo, o projeto prevê beneficiar cerca de duas mil famílias na região semiárida.
“Esta parceria nos permite impulsionar a produção do algodão agroecológico por meio do fortalecimento de organizações locais. Ela nos ajuda a cumprir alguns dos objetivos da atuação do Instituto C&A: melhorar a qualidade de vida das trabalhadoras e trabalhadores rurais e, ao mesmo tempo, transformar a indústria da moda em uma força para o bem”, afirma Luciana Pereira, gerente de Matérias-Primas Sustentáveis do Instituto C&A.
“A iniciativa retoma uma atividade que começou há cerca de 10 anos e resultou na formação das primeiras OPACs - que representam as 800 famílias de agricultores do Nordeste, certificadas a emitir o selo de produto orgânico. Queremos criar uma rede entre essas organizações para expandir a produção do algodão agroecológico ao longo de todo o projeto”, complementa Fábio Santiago, engenheiro agrícola, coordenador do programa na ONG Diaconia.
O projeto vai apoiar a produção do algodão agroecológico dos Sertões do Pajeú e do Araripe (PE), Sertão do Cariri (PB), Serra da Capivara (PI), Sertão do Apodi (RN), Alto Sertão de Alagoas e Alto Sertão de Sergipe, além dos Sertões dos Inhamuns/Crateús e Central, no Ceará. A Embrapa Algodão será a responsável pelo aprimoramento da produção, formação das equipes técnicas, entre outras atividades. As ONGs disponibilizarão assessoria técnica especializada para acompanhar as famílias em todas as etapas da produção.
Representando o Núcleo de Agroecologia da Embrapa Algodão, o supervisor de Transferência de Tecnologia José Geraldo Di Stefano enfatizou a importância da construção da rede de agricultores e instituições parceiras para pensarem juntos sobre as melhores soluções para o algodão orgânico no semiárido, com destaque para a recuperação e conservação do solo. “Antes plantar, eu preciso engordar essa terra, corrigir a acidez do solo. Eu não posso plantar nada sem antes fazer um exame de sangue nessa terra, que é uma análise de solo. Quem é que vai fazer uma cirurgia sem saber quanto tem de glicose naquele dia? Não podemos cometer esse equívoco. Eu preciso ter solo produtivo para que qualquer coisa que eu plante nele dê resultado”, afirmou.
Retomada do projeto anima agricultores
“Nossa terra já está pronta, cortadinha, só aguardando as sementes do algodão para brotar nosso ouro branco. Estamos muito felizes com a volta do plantio do algodão na nossa região. É uma coisa linda de se ver”, disse a agricultora Maria Nazaré Alves, do município de Sumé, Sertão do Cariri Paraibano.
“Espero poder colher cerca de duas toneladas de algodão na minha propriedade de quase dois hectares por meio do incentivo deste projeto. Já cultivei algodão há muitos anos, na época do Projeto Dom Hélder Câmara (PDHC), mas de algum tempo para cá só tenho plantado milho para sobreviver. Graças a esse projeto, eu e mais cinco famílias do Assentamento Santo Antônio iremos colher não só algodão, mas cidadania, empoderamento e uma condição financeira melhor”, disse o agricultor Genildo Antônio Soares, do município Governador Dix-Sept Rosado, Oeste Potiguar, RN.
“Grande parte das famílias inseridas no projeto são lideradas por mulheres, conquista muito significativa para mim particularmente. Elas começaram a participar mais das nossas ações e a se interessar mais em adquirir novos conhecimentos, o que aumenta a renda familiar, acarretando uma melhoria na qualidade de vida”, afirma a agricultora Maria de Fatima da Conceição Sousa, representante da Associação dos(as) Produtores(as) Agroecológicos do Semiárido Piauiense.
Embrapa Algodão
Além da produção de fibras e alimentos, o projeto visa ao fortalecimento do protagonismo feminino, geração de renda para agricultura familiar, desenvolvimento das organizações sociais de base familiar, conservação dos recursos naturais e aproximação com o mercado de algodão sustentável. Durante esta fase, que terá dois anos de duração, o projeto fornecerá apoio financeiro, técnico, gerencial e produtivo às organizações participantes. Ao todo, o projeto prevê beneficiar cerca de duas mil famílias na região semiárida.
“Esta parceria nos permite impulsionar a produção do algodão agroecológico por meio do fortalecimento de organizações locais. Ela nos ajuda a cumprir alguns dos objetivos da atuação do Instituto C&A: melhorar a qualidade de vida das trabalhadoras e trabalhadores rurais e, ao mesmo tempo, transformar a indústria da moda em uma força para o bem”, afirma Luciana Pereira, gerente de Matérias-Primas Sustentáveis do Instituto C&A.
“A iniciativa retoma uma atividade que começou há cerca de 10 anos e resultou na formação das primeiras OPACs - que representam as 800 famílias de agricultores do Nordeste, certificadas a emitir o selo de produto orgânico. Queremos criar uma rede entre essas organizações para expandir a produção do algodão agroecológico ao longo de todo o projeto”, complementa Fábio Santiago, engenheiro agrícola, coordenador do programa na ONG Diaconia.
O projeto vai apoiar a produção do algodão agroecológico dos Sertões do Pajeú e do Araripe (PE), Sertão do Cariri (PB), Serra da Capivara (PI), Sertão do Apodi (RN), Alto Sertão de Alagoas e Alto Sertão de Sergipe, além dos Sertões dos Inhamuns/Crateús e Central, no Ceará. A Embrapa Algodão será a responsável pelo aprimoramento da produção, formação das equipes técnicas, entre outras atividades. As ONGs disponibilizarão assessoria técnica especializada para acompanhar as famílias em todas as etapas da produção.
Representando o Núcleo de Agroecologia da Embrapa Algodão, o supervisor de Transferência de Tecnologia José Geraldo Di Stefano enfatizou a importância da construção da rede de agricultores e instituições parceiras para pensarem juntos sobre as melhores soluções para o algodão orgânico no semiárido, com destaque para a recuperação e conservação do solo. “Antes plantar, eu preciso engordar essa terra, corrigir a acidez do solo. Eu não posso plantar nada sem antes fazer um exame de sangue nessa terra, que é uma análise de solo. Quem é que vai fazer uma cirurgia sem saber quanto tem de glicose naquele dia? Não podemos cometer esse equívoco. Eu preciso ter solo produtivo para que qualquer coisa que eu plante nele dê resultado”, afirmou.
Retomada do projeto anima agricultores
“Nossa terra já está pronta, cortadinha, só aguardando as sementes do algodão para brotar nosso ouro branco. Estamos muito felizes com a volta do plantio do algodão na nossa região. É uma coisa linda de se ver”, disse a agricultora Maria Nazaré Alves, do município de Sumé, Sertão do Cariri Paraibano.
“Espero poder colher cerca de duas toneladas de algodão na minha propriedade de quase dois hectares por meio do incentivo deste projeto. Já cultivei algodão há muitos anos, na época do Projeto Dom Hélder Câmara (PDHC), mas de algum tempo para cá só tenho plantado milho para sobreviver. Graças a esse projeto, eu e mais cinco famílias do Assentamento Santo Antônio iremos colher não só algodão, mas cidadania, empoderamento e uma condição financeira melhor”, disse o agricultor Genildo Antônio Soares, do município Governador Dix-Sept Rosado, Oeste Potiguar, RN.
“Grande parte das famílias inseridas no projeto são lideradas por mulheres, conquista muito significativa para mim particularmente. Elas começaram a participar mais das nossas ações e a se interessar mais em adquirir novos conhecimentos, o que aumenta a renda familiar, acarretando uma melhoria na qualidade de vida”, afirma a agricultora Maria de Fatima da Conceição Sousa, representante da Associação dos(as) Produtores(as) Agroecológicos do Semiárido Piauiense.
Embrapa Algodão
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