Brasil reforça vigilância para barrar eventual ingresso da peste suína africana
Saúde animal
Contaminação pode ocorrer com a entrada de alimentos originários de países onde a doença vem se alastrando
O
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai
intensificar a vigilância nos aeroportos, portos e fronteiras do Brasil
para evitar o ingresso da peste suína africana (PSA), que se alastra
pelo Leste da Europa, Ásia, África e Rússia. No Japão, em agosto, foram
registrados, inclusive, focos da forma clássica da doença.
Nesta terça-feira (18), o ministro
Blairo Maggi reuniu integrantes do Departamento de Saúde Animal (DSA) e
determinou reforço na fiscalização feita pelos servidores do Sistema de
Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) e do Departamento de
Fiscalização de Insumos Pecuários (Dfip) para evitar a entrada do vírus
no Brasil.
A preocupação é de que alimentos e
bagagens contaminadas, provenientes das áreas afetadas pela PSA,
ingressem no país sem a devida fiscalização. A determinação é de que
alimentos vindos dos países ondem foram detectados focos da doença sejam
descartados de forma correta, ou seja, incinerados.
Maggi alertou em vídeo
a população para que evite transportar alimentos provenientes dessas
regiões e pediu a produtores atenção redobrada a seus plantéis. Para o
ministro, é preciso esforço conjunto do governo e dasociedade para
evitar que o Brasil seja afetado por esse problema que vem acontecendo
em várias partes do mundo.
Ao DIPOA foi enviado um ofício
recomendando maior atenção a futuras emissões de autorização de
importação de produtos que possam disseminar o vírus da doença, como
rações para animais.
No Brasil, a PSA foi erradicada em 5 de
dezembro de 1984 e o país foi declarado área livre da doença. Em
relação aos animais vivos e material genético importados, é mantido o
sistema de quarentena na Estação Quarentenária de Cananéia (EQC), em São
Paulo, de onde só são liberados após a confirmação de sua sanidade.
A peste suína africana é uma doença
viral, não oferece risco à saúde humana, não sendo transmitida ao homem,
mas pode dizimar plantéis de suínos, sendo altamente infecciosa, o que
exige o sacrifício dos animais, conforme determina a Organização Mundial
de Saúde Animal (OIE). Os javalis também são atingidos. Não existe
vacina para a PSA. O vírus é resistente, permanecendo nas fezes dos
animais por até três meses e, em alimentos (produtos maturados), até
nove meses.
Os sinais clínicos da PSA nos animais
são febre alta (40 a 42 graus), hemorragia no nariz, orelhas, patas e
abdômen, sangramento no reto, perda de apetite e depressão, além de
problemas respiratórios. O período de incubação do vírus vai de cinco a
21 dias.
A transmissão nos suínos e javalis se
dá por meio do contato direto com animais doentes, consumo de resíduos
domésticos e comerciais infectados, pela contaminação em equipamentos,
veículos, roupas e sapatos. O carrapato G. Ornithodoros também participa
da disseminação da PSA.
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