sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Conab prevê queda de 3,8% na produção de grãos na safra 2017/2018

O volume estimado permanece como o segundo melhor da série histórica, 50,7 mil toneladas a mais do que na pesquisa de julho deste ano


colheita-de-soja-graos-agricultura (Foto: United Soybean Board/CCommons)
A produção brasileira de grãos na safra 2017/2018 deve atingir 228,6 milhões de toneladas, o que corresponde a uma queda de 3,8% em comparação com a safra anterior (recorde de 237,67 milhões de toneladas), ou 9,1 milhões de toneladas a menos. Os números fazem parte do 11º e penúltimo levantamento sobre a safra 2017/2018 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados nesta quinta-feira, (9/8). Apesar da queda, a Conab destaca que o volume estimado permanece como o segundo melhor da série histórica, 50,7 mil toneladas a mais do que na pesquisa passada, de julho, "resultado da maior área e rendimento da soja e de culturas de inverno".
A soja e o milho, que representam os maiores volumes de produção do país, devem ter produção de 119 milhões e 82,2 milhões de toneladas (queda de 16% ante a safra anterior, de 97,84 milhões de toneladas), respectivamente. A safra da oleaginosa é recorde e corresponde a um incremento de 4,3% sobre a safra anterior (114,08 milhões de toneladas).
Do total da produção de milho, 26,8 milhões de toneladas deverão ser colhidas na primeira safra (queda de 11,9% sobre a safra anterior, que foi de 30,46 milhões de toneladas) e 55,4 milhões de toneladas na segunda safra (queda de 17,8% ante a safra anterior, de 67,38 milhões de toneladas). Conforme a Conab, as reduções nas chuvas trouxeram impacto negativo "para o potencial produtivo do milho segunda safra e novamente é responsável pela queda de 1,2% em relação ao levantamento anterior, cerca de 664,3 mil toneladas". O cereal é a segunda maior cultura do país em volume de produção, atrás apenas da soja.

Para a atual safra, destaca-se também a estimativa de aumento da produção de algodão em pluma, estimada em 1,98 milhão de toneladas, representando aumento de 29,4% em relação à safra passada (1,53 milhão de t). A Conab informa que em Mato Grosso, maior Estado produtor, cerca de 15% da área com a fibra já foi colhida e na Bahia, segundo maior produtor, já passa dos 50%.
A produção de feijão segunda safra também teve aumento expressivo de 5,6%, para 1,27 milhão de toneladas, ante 1,2 milhão de toneladas e a colheita já está quase no fim. A Conab relata, ainda, que a terceira safra de feijão está com o plantio finalizado. A estimativa é de redução de área em 6,6%. A produtividade é estimada em 1.060 kg/ha. Se confirmada, serão 563,6 mil toneladas de feijão comum cores, 11,6 mil toneladas de feijão comum preto e 60,3 mil toneladas de feijão caupi.
A safra de arroz deve registrar queda de 2,5%, para 12,03 milhões de toneladas, em comparação com 12,33 milhões de toneladas no período anterior.
A semeadura do trigo está praticamente finalizada e a estimativa é de 2 milhões de hectares plantados, o que representa um aumento de 6,2% na área semeada em relação à safra anterior. A produção do cereal deve atingir 5,14 milhões de toneladas, aumento de 20,6% ante a safra do ano passado (4,26 milhões de toneladas).
Área
A área semeada está estimada em 61,7 milhões de hectares e confirma mais uma vez a maior área semeada no país. O incremento estimado é de 1,3% ou 819,7 mil hectares em relação à safra passada. Segundo a Conab, o incremento só não foi maior por causa da redução na área do milho primeira e segunda safras. Em relação à safra anterior, a área do milho primeira safra reduziu de 5,5 milhões para 5,1 milhões de hectares e a área de segunda safra reduziu de 12,1 milhões para 11,6 milhões de hectares em virtude, principalmente, da expectativa futura de mercado.
Em contrapartida, a soja teve um expressivo aumento da área semeada, saindo de 33,9 milhões para 35,2 milhões de hectares na safra atual, um ganho absoluto de 1,24 milhão de hectares, o maior entre todas as culturas avaliadas.
Outras culturas também tiveram ganho absoluto de área nessa safra, tais como o algodão, que alcançou 1,18 milhão de hectares (ganho de 237 mil hectares) e do feijão segunda safra, que atingiu 1,53 milhão de hectares (aumento de 106,2 mil hectares), impulsionado pelo feijão caupi, que deve ter 160,8 mil hectares a mais na atual safra, atingindo 1 milhão de hectares.

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