Com irrigação artesanal e de baixo custo, Semiárido tem novos produtores
Com o apoio de aceleradora, técnico em agronomia criou um método de baixo custo que revolucionou a vida de 25 famílias cearense
Há três anos, uma mudança enorme ocorreu. O que antes era uma área praticamente improdutiva se tornou uma plantação de 80 metros quadrados. Nela, José Francisco colhe cebola, acerola, macaxeira, pimentão, abobrinha e quiabo, entre outros produtos.
>> Confira o passo a passo para construir o sistema de irrigação
Kevin conta que desenvolveu o Mudas para que a água na região fosse usada sem desperdício, mas atento ao custo para o produtor. Um valor acessível era crucial para a ideia dar certo. Segundo Kevin, o custo médio de implantação do sistema que desenvolveu, de R$ 8,07, é 95% mais barato que o custo de sistemas similares encontrados no mercado.
Além do sistema de irrigação em si, um sensor de umidade do solo também faz parte do sistema. Na realidade, são dois sensores que atuam juntos: um a 10 centímetros e outro a 20 centímentos de profundidade, separados por uma distância de 5 centímentros. “É fácil de manejar. Eu só irrigo quando a plantação realmente precisa de água”, explica o agricultor José Francisco.
Kevin tem planos para aumentar a rede do projeto. Já há um projeto piloto em atividade no Morro Dona Marta, no Rio de Janeiro, e um projeto para expansão em outras comunidades cearenses. “Ao gerar renda, o sistema reflete na qualidade de vida da família dos agricultores. Isso é muito importante”, diz o empreendedor.
Negócio acelerado
A iniciativa também financia obras, projetos e pesquisa, como aconeceu com o Kevin, do Ceará. Richard explica que as obras em si são um aspecto essencial do projeto, mas buscar ideias inovadoras têm o potencial de atingir comunidades em um número exponencial. “Uma iniciativa como a do Kevin pode ser usada em hortas e plantações por muitas pessoas. Até em comunidades não atendidas pelo nosso projeto”, diz o executivo da Ambev.
O gerente ressalta que o trabalho da aceleradora não para após encontrar uma boa ideia. “O projeto do Kevin, por exemplo. Depois de identificar o potencial, fizemos um trabalho de sentar com ele, orientar, dar dicas, sugerir um modelo de gestão e dividir experiências. É um processo que dá maturidade e consistência para o projeto. E de fato virou um modelo de negócio maduro”, afirma Richard.
A Ama viabilizou o Sistema Mudas, mas também atua em outras regiões e projetos. São 7500 pessoas beneficiadas em 11 comunidades nordestinas. Até o fim de agosto, a marca espera entregar projetos de acesso à água para quatro novas comunidades, chegando a 15 mil pessoas beneficiadas pela iniciativa.
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