Alerta para o desaparecimento das abelhas no meio ambiente
O grito de alerta é da pesquisadora Marcia Motta Maués, da Embrapa Amazônia Oriental (PA). Segundo ela, maçã, melão, manga e hortaliças como berinjela, cenoura, couve e pepino, consumidos em larga escala de norte a sul do Brasil, podem um dia até sumir das feiras livres e supermercados, caso a perda de abelhas continue em ritmo acelerado. Para a pesquisadora, sem a ação efetiva das abelhas como agentes polinizadores, cerca de 52% dos produtos vendidos nos supermercados desaparecem.O fenômeno, registrado em todo o mundo, vem preocupando cientistas, apicultores e agricultores. As abelhas são os polinizadores mais eficientes da natureza e responsáveis diretamente pela reprodução e perpetuação de espécies vegetais. Ela ressalta que mais de 75% das principais plantas cultivadas no mundo dependem, pelo menos em parte, da polinização feita por esses insetos.
Maués disse que cerca de 250 espécies de animais polinizam as plantas agrícolas no Brasil. Desses, 87% são abelhas. “Polinizadoras por excelência, elas dependem dos recursos florais para sua alimentação e de suas crias”, detalha a cientista. A pesquisadora destaca também que as abelhas africanizadas são as polinizadoras mais efetivas das culturas agrícolas do Brasil, que são fontes de vitaminas e sais minerais, indispensáveis à saúde do homem.
A ameaça à vida das abelhas em todo o planeta vem de todo lado. No entender da cientista brasileira, as principais causas do desaparecimento desses insetos são mudanças no uso da terra, manejo agrícola intensivo, pesticidas, cultivos geneticamente modificados, fungos, vírus, pragas (formigas e ácaros) e mudanças climáticas.
Ela aponta a remoção da vegetação nativa tanto para projetos urbanos e de infraestrutura, quanto para transformação em áreas agrícolas, como uma ação que reduz a alimentação e o local onde as abelhas possam criar ninhos, além de dificultar a mobilidade dos insetos. “Em todo o mundo, as mudanças climáticas alteram a distribuição geográfica das abelhas e plantas e seus ciclos reprodutivos”, destacou Maués.
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