Mandioca
Embrapa levanta demandas tecnológicas para a cadeia produtiva da mandioca
Pará colheu cerca de 300 mil hectares de mandioca, é a maior área plantada e colhida dessa cultura no Brasil
Por:
Embrapa
Produtores,
representantes de órgãos de controle e fiscalização e do poder público
reuniram-se com técnicos e gestores da Embrapa, nessa quinta (14) na
sede da instituição, para identificar as principais demandas
tecnológicas para a cadeia produtiva da mandioca no estado do Pará. As
necessidades do segmento produtivo vão do campo à mesa do consumidor:
melhoramento genético, tratos culturais, pós-colheita e processamento de
produtos derivados da mandioca.
O Pará colheu, em 2017, cerca de 300 mil
hectares de mandioca, é a maior área plantada e colhida dessa cultura no
Brasil. A produção estadual também é a maior do país, em torno de 4
milhões de toneladas (2017), segundo dados do IBGE. Porém, a
produtividade das lavouras paraenses é baixa frente aos estados do
Paraná e São Paulo. Enquanto que aqui a produtividade média é de 14 a 15
toneladas por hectare, no Sudeste ela atinge 25 toneladas/hectare.
“Quase 100% dos municípios paraenses produzem mandioca, em alguns
lugares, a produtividade é muito baixa, chegando no máximo a 8 toneladas
por hectare. Isso é comparado a países africanos”, alerta o produtor
Benedito Dutra, do município de Tracuateua, no Nordeste Paraense.
O produtor ressalta que somente uma
variedade de mandioca mais produtiva não basta. Ele destaca dois pontos
que são fundamentais para profissionalizar e melhorar a produção no
Estado: genética e tratos culturais. “Precisamos de manivas sementes
(que são os materiais para o plantio da mandioca) com mais qualidade
genética e mais resistentes a doenças, e também um sistema eficiente de
controle de ervas daninhas no campo”, conta o produtor. E continua: “o
controle dessa erva representa um custo grande na produção, uma capina
manual, por exemplo, custa 3 mil reais por hectare para o bolso do
produtor”.
Ele chama a atenção também para a
atualização de recomendações técnicas, como espaçamento para o cultivo
da mandioca nas propriedades familiares, indicação de adubação, plantio
vertical, entre outros pontos. “Esperamos que a pesquisa teste e valide
as experiências que já vêm sendo realizadas no campo. O que tem hoje
recomendado está defasado”, afirma.
Produtos com mais qualidade e segurança
Para a agrônoma Ana Karen Neves, gerente
de Produtos Artesanais de Origem Vegetal da Adepará, a pós-colheita é
uma etapa importante para melhorar a qualidade dos produtos derivados da
mandioca e garantir melhores preços e mercados ao produtor rural.
A técnica falou sobre a regulamentação dos
produtos artesanais de origem vegetal, especialmente os derivados da
mandioca, no estado do Pará e os desafios do setor. E apresentou a
necessidade de reforçar junto aos produtores um conjunto de boas
práticas na produção de farinha, tucupi e maniva, macaxeira e goma.
“Nosso trabalho não é somente fiscalizar, e sim orientar os produtores,
por isso a parceria com instituições como a Embrapa é imprescindível”,
destaca.
As principais necessidades são informações
técnicas sobre manipulação, armazenamento e transporte desses produtos.
Tecnologias para o processamento de derivados da mandioca também são
importantes para o setor, “falta tecnologia para produção de fécula, a
maior parte do que consumimos no Pará vem do Paraná”, exemplifica a
agrônoma.
A questão dos corantes artificiais na
farinha também foi levantada pela técnica, já que o paraense tem
preferência pela farinha amarela. A Embrapa vem trabalhando na
identificação de variedades de mandioca amarela, combatendo assim o uso
de corantes.
Para Bruno Giovany de Maria, gestor de
Transferência de Tecnologia da Embrapa no Pará, o momento exige que o
centro de pesquisa intensifique sua interlocução com o setor produtivo e
a mandioca é uma das culturas de grande importância no estado. “A
partir desse levantamento podemos estabelecer metas para inovação ou
proposição de pesquisas em função das necessidades dos parceiros e
produtores”, disse.
A reunião contou ainda com a presença de
representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico,
Mineração e Energia (Sedeme) e da Secretaria Municipal de Agricultura de
Castanhal (Semagri).
NOTA DO BLOG: O Nordeste Brasileiro que foi num passado recente grande produtor de MANDIOCA, hoje continua se arrastando a passos de tartaruga, com um desenvolvimento imperrado por falta de políticas públicas. O nosso RN anda capegando com uma produção tímida, apesar da demanda dos subprodutos crescerem a cada ano. Somos a terra da mandioca. Precisamos sair do trivial e colocar a mandioca em lugar de destaque. Para o bem da nossa economia popular.
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