Semiárido nordestino pode produzir mais com o plantio de milheto
O milheto é tolerante ao déficit hídrico e se adapta bem às altas temperaturas. “Ele tem uma produtividade muito boa em condições extremas e, por isso, se torna estratégico para a região, principalmente para a produção de forragem”, destaca o pesquisador Rafael Dantas, da Embrapa Semiárido (PE).Nas regiões mais atingidas pela escassez de água, como é o caso do Semiárido, no Nordeste brasileiro, o milheto é uma alternativa animadora para os produtores. Experiências com a cultura realizadas pela Embrapa em diferentes localidades do Semiárido – tanto no Agreste, onde chove mais, quanto no Sertão, onde é mais seco – alcançaram boas produtividades, atingindo cerca de 16 toneladas de matéria seca e de 30 a 40 toneladas de massa verde por hectare.
O pesquisador Rafael Dantas afirma que, para o Semiárido, onde a água é uma das maiores deficiências, a silagem é a melhor alternativa, pois possui cerca de 70% de água em sua composição, ou seja, em cada quilo de silagem se tem 700g de água. “Muitas vezes o produtor tem o alimento e não tem a água para oferecer ao seu animal”, declara.
Além disso, o pesquisador da Embrapa descreve a vantagem do milheto no Semiárido, especialmente no veranico, que se caracteriza por um período sem chuvas, durante a estação chuvosa. “Mesmo no período de chuvas, as precipitações não são constantes na região, e o milheto é muito tolerante a esses veranicos”, conta o cientista.
A cultura ainda está começando a se difundir na região semiárida, com um crescimento significativo de áreas plantadas, em especial nas bacias leiteiras do Agreste. Dantas estima que, somente nessa região, tenham sido plantados entre 20 e 30 mil hectares no último ano, enquanto que nos anos anteriores essa área não deve ter chegado a dez mil hectares, especialmente em razão do prolongado período de estiagem.
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