FEBRE AFTOSA
Brasil já está trabalhando para ampliar sua área livre de febre
aftosa sem a necessidade de vacinação, situação hoje restrita ao estado
de Santa Catarina. Foi o que afirmou, neste domingo (20/5), o ministro
da Agricultura, Blairo Maggi, na 86ª sessão geral da Organização
Internacional de Saúde Animal (OIE), em Paris, capital da França.
O
evento marca a concessão do status sanitário de livre da doença, ainda
com vacinação, para os Estados do Amazonas, Amapá, Roraima e parte do
Pará. Com isso, a certificação de zona livre com imunização passa a ser
estendida a todo o território nacional.
Em seu pronunciamento,
Maggi destacou apenas a questão da aftosa, sem mencionar diretamente os
embargos que a carne brasileira sofre atualmente. O ministro comentou
que o país lançou em 2017 um plano com metas para os dez anos seguintes.
O objetivo é manter as condições que sustentem a certificação atual ao
mesmo tempo em que se amplia a zona livre sem a necessidade de vacinar o
rebanho.
"Temos plena consciência da necessidade de fortalecer ainda
mais nossas capacidades de prevenção, vigilância e de resposta a
possíveis emergências que possam ocorrer. Serão necessários muito
mais investimentos no serviço veterinário brasileiro. Seguiremos pelo
caminho da ciência, da transparência e confiança nas valiosas
orientações, diretrizes e normas da OIE", disse o ministro, que
afirmou contar também com a parceria com o setor privado.
Maggi
disse ainda que a conquista do status de livre de aftosa com vacinação
em todo o território brasileiro é o encerramento de um ciclo. Representa
o reconhecimento do sucesso de uma "longa e dura trajetória". Para ele,
a melhora do status sanitário do rebanho foi fundamental para o Brasil
deixar a condição de importador e passar a ser um dos maiores
exportadores mundiais de carne.
O ministro lembrou que o combate à
febre aftosa forma organizada no território brasileiro começou na
década de 1960, período em que, segundo ele, o país vivia um "caos
sanitário". E que, na década de 1990, as estratégias foram modificadas,
com a criação do Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA).
"Esse
processo envolveu ainda aplicação de muitos recursos, investimentos
na capacidade dos serviços veterinários oficiais, na vigilância e em
campanhas de vacinação. É o cumprimento de uma etapa importante e um
marco histórico do processo de erradicação da doença na América do
Sul, e de valorização do patrimônio pecuário nacional e regional",
avaliou Maggi.
O
ministro da Agricultura ainda destacou a relevância da agropecuária
para a economia brasileira. Segundo ele, só na pecuária, o Valor Bruto
da Produção (VBP) foi de R$ 175,7 bilhões. No período, as exportações de
carne bovina e suína cresceram 8,9%, somando US$ 15,5 bilhões.
"Ainda
temos potencial para crescer muito mais no mercado internacional, pois
exportamos somente uma parte da produção de bovinos e suínos", disse. "A
evolução na condição sanitária do controle e erradicação da febre
aftosa é grande responsável pela valorização dos nossos produtos
pecuários nos mais diversos mercados", acrescentou.
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