Algodão
Variedades de algodão do IMAmt despertam interesse de outros estados produtores
Resultados alcançados por programa estão despertando o interesse de outros estados
Os resultados
alcançados pelo Programa de Melhoramento Genético do Instituto
Mato-grossense do Algodão estão despertando o interesse de outros
estados produtores e, sob a liderança da Associação Brasileira dos
Produtores de Algodão (Abrapa), entidades estaduais estão analisando a
possibilidade de realizar as pesquisas do IMAmt em nível nacional.
Essa proposta está sendo levada para
discussão interna nas associações depois que o presidente do IMAmt,
Alexandre Schenkel, o diretor executivo Alvaro Salles e os melhoristas
do Instituto apresentaram um plano físico-financeiro durante reunião
realizada em Brasília, na semana passada, com a participação do
coordenador responsável por conduzir essa iniciativa, Aurélio Pavinato, e
representantes de várias estaduais.
Segundo Salles, variedades de algodão
desenvolvidas pela equipe de Melhoramento Genético do IMAmt vêm sendo
testadas com sucesso em outras regiões brasileiras, como o Cerrado
baiano, onde estudos vêm sendo conduzidos pela Fundação Bahia e outros
parceiros.
Um dos destaques do portfolio é a
variedade IMA 6501B2RF, que contém a tecnologia Bollgard II Roundup
Ready Flex (B2RF), apresentando resistência ao herbicida glifosato em
todos os estágios da lavoura e às principais espécies de lagartas que
atacam o algodoeiro. Trata-se de uma cultivar de ciclo médio, com alto
potencial produtivo, que tem apresentado "excelente qualidade de fibra",
de acordo com o diretor executivo do IMAmt.
Mas as maiores expectativas se voltam para
a variedade IMAmt 5801B2RF, que será lançada comercialmente para a
safra 2018/19. O material apresenta alta tolerância ao nematoide de
galha e resistência a isolados de fungos causadores de ramulária em Mato
Grosso. A ramulária é considerada a principal doença foliar do
algodoeiro em Mato Grosso e nematoides são causadores de importantes
doenças das raízes, sendo considerados uma das maiores ameaças ao
sistema produtivo adotado no estado, com o cultivo do algodão sucessivo à
soja.
Na opinião do diretor executivo do IMAmt, o
fato de os demais estados produtores de algodão também enfrentarem o
problema crescente de nematoides a cada ano-safra desperta o interesse
das estaduais e da Abrapa para os materiais desenvolvidos pelos
pesquisadores de Mato Grosso.
Bicudo - Salles lembra
que o IMAmt também está envolvido em outro projeto em nível nacional –
com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e a Abrapa –
cujo objetivo é buscar alternativas de controle do bicudo do
algodoeiro, considerado a maior praga da cotonicultura nacional.
Criado em 2007 pelos produtores associados
à Ampa, o IMAmt realiza pesquisas para desenvolvimento e difusão de
novas tecnologias, e também se dedica à capacitação e qualificação da
mão de obra envolvida no sistema produtivo adotado em Mato Grosso. Parte
desse trabalho é realizada em parceria com outras instituições
nacionais e internacionais.
Nos últimos três anos, o poder de fogo do
Instituto foi ampliado com a construção de cinco Centros de Treinamento e
Difusão Tecnológica em diferentes regiões produtoras de algodão do
estado, que se somaram à unidade de Primavera do Leste, onde ficam
sediados a maior parte dos pesquisadores do IMAmt, laboratórios e casas
de vegetação. Três biofábricas estão sendo instaladas em Primavera do
Leste, Campo Verde e Rondonópolis, visando à produção de
micro-organismos para reforçar o controle biológico de pragas e doenças.
O foco principal do IMAmt é o programa de
Melhoramento Genético do Algodão, cujo objetivo é desenvolver variedades
produtivas, com bom rendimento e qualidade de fibra, que sejam
resistentes e/ou tolerantes às principais doenças e aos nematoides que
atacam o algodoeiro e afetam também outras culturas, como a soja e o
milho. Para dar suporte ao programa de Melhoramento Genético e
proporcionar mais agilidade e confiabilidade em relação aos resultados
das pesquisas, foi estruturado o Laboratório de Biologia Molecular, além
de laboratórios de Fitopatologia e Entomologia.
"Todos esses fatores – instalações e
capital humano – tornam o IMAmt singular e contribuem para o trabalho
realizado em prol da consolidação da cotonicultura em Mato Grosso. O
fato de os resultados alcançados estarem despertando as atenções de
produtores de outros estados é motivo de orgulho e um reforço para que a
pesquisa possa contribuir ainda mais para o sucesso do algodão
brasileiro", comenta Alexandre Schenkel, que destaca a posição ocupada
hoje pelo Brasil entre os maiores produtores e exportadores mundiais de
pluma.
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