Produção de uva brasileira já pode ser vista como a melhor da década
Até agora, nesta década, segundo os especialistas, foram 2 safras de qualidade excepcional: 2011 e 2012, mas, ainda segundo eles, nenhuma superará a qualidade da de 2018. A constatação pode ser vista nos 3 projetos da Miolo no Rio Grande do Sul, onde já foram colhidos 2/3 do total previsto, que é de 6,2 milhões de quilos de uvas.Os técnicos da vinícola afirmam que há pelo menos 6 anos não se via clima tão propício para a qualidade da vindima no Rio Grande do Sul. O inverno de 2017 foi um dos mais amenos registrados nos últimos anos, com baixo acúmulo de horas de frio (abaixo de 7,2 °C). Inicialmente isto causou muito temor, pois poderia gerar reflexos negativos na quebra da dormência das gemas das videiras, interferindo no volume de produção em 2018. Entretanto, o bom estado fitossanitário da copa das videiras no pós-colheita de 2017 compensou a falta de frio e a brotação foi vigorosa e uniforme. O frio menos intenso do inverno e a primavera com temperaturas favoráveis desencadearam o início da brotação, com 15 a 20 dias de antecipação na maior parte das variedades.
A primavera transcorreu dentro da normalidade, sem altos e baixos de temperatura, o que acarretou crescimento contínuo da vegetação e floração dentro do esperado. Por influência do frio reduzido do inverno, algumas variedades apresentaram menor número de flores por cacho, deixando-os um pouco mais “ralos”, o que influenciou em um peso médio menor. Em compensação, proporcionou uma maturação com ótima qualidade e sanidade nas uvas precoces, normalmente de cachos mais compactados e suscetíveis às podridões.
As chuvas da primavera e início do verão também ocorreram dentro da normalidade climatológica e apenas no mês de outubro houve uma semana com chuvas um pouco mais intensas, que não causaram danos nas variedades que ainda estavam em floração.
O verão vem transcorrendo com chuvas bem abaixo da média por influência do fenômeno “La Niña”, com reflexos muito positivos na qualidade e sanidade da uva. As temperaturas amenas noturnas estão sendo uma constante no período de maturação, com amplitude térmica média de 16 °C, chegando em alguns casos a ultrapassar 20 °C, favorecendo, assim, o acúmulo de matéria corante nas variedades tintas.
No Vale dos Vinhedos o clima transcorreu de forma adequada, com chuvas limitadas e esparsas, acompanhado de temperaturas mais amenas em relação à média normal. A previsão total de colheita é de 700 mil quilos. No Seival o período de grande estiagem a partir de janeiro, surpreendeu pela característica de clima árido, com temperaturas que chegavam a 32 graus durante o dia e, em algumas noites, caíam a 9 graus, propiciando uvas com maturação excepcional – esse fenômeno foi raras vezes observado. Previsão total de colheita: 1 milhão e meio de quilos.
O clima na Campanha Central apresentou-se seco com precipitações muito limitadas, que, potencializadas por seu solo arenoso, propiciaram períodos de longa estiagem. Temperaturas amenas à noite favoreceram a maturação ideal das uvas. A previsão total de colheita é de 4 milhões de quilos.
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